http://dx.doi.org/10.5007/1984-8412.2016v13n3p1415Sabe-se que, na maioria das vezes, a produção textual no ambiente escolar constitui-se de um processo discursivo artificializado e, de certo modo, vazio em termos de interação intersubjetiva. O aluno escreve para obter nota. O professor corrige para atribuir nota. A isso se resume o propósito interacional desencadeado com a produção do enunciado. Tal perspectiva deixa a desejar quando se leva em conta que o objetivo primeiro da escola é desenvolver a competência discursiva dos alunos e de que isso se efetiva através de práticas de escrita e reescrita mediadas pelo professor. Nesse sentido, à luz de concepções de Benveniste (2005) acerca da subjetividade na linguagem e de Bakhtin (2003) sobre enunciado/texto como unidade da comunicação discursiva, analisam-se as formas de correção textual elencadas por Ruiz (2010) enquanto estratégias de intervenção do professor no texto do aluno, com vistas a discutir o processo de escrita e reescrita numa abordagem enunciativa. A análise aponta que, dependendo das estratégias de intervenção utilizadas, diferentes graus de interação se estabelecem, sendo que, em alguns casos, ela é quase que apagada.
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