- Research Article
- 10.29327/2345891.11.22-8
- Jan 1, 2023
- Romanitas
- Joana Campos Climaco
Alexandria foi fundada no litoral mediterrânico egípcio pelo rei Alexandre III da Macedônia no início da sua campanha contra o Império Persa-Aquemênida (332/331 AEC). Nas décadas seguintes, a cidade litorânea substituiu Mênfis como a sede do poder monárquico no Egito. Seu desenvolvimento reconfigurou a dinâmica urbana e política no antigo território nilótico e formalizou a presença grega no Delta, nesse momento por meio de sua inserção também no comando egípcio. Em diálogo com as recentes perspectivas da História Global, a expectativa do presente artigo é repensar a história de Alexandria discutindo de que forma a fundação e história inicial da cidade a tornaram um local propício à mobilidade e entrelaçamentos.
- Research Article
- 10.29327/2345891.11.22-18
- Jan 1, 2023
- Romanitas
- João Carlos Furlani
Edição completa.
- Research Article
- 10.29327/2345891.11.22-4
- Jan 1, 2023
- Romanitas
- Vagner Carvalheiro Porto
Tel Dor, um extenso monte na costa mediterrânica de Israel, atualmente designado como Parque Nacional, destaca-se ao longo de sua existência pela presença portuária, tornando-se uma cidade litorânea dinâmica, acolhedora e multicultural. Este artigo tem como objetivo apresentar de forma didática as continuidades e descontinuidades culturais vivenciadas por Tel Dor ao longo dos séculos, explorando suas ocupações por canaanitas, “Povos do Mar”, israelitas, fenícios, assírios, persas, gregos e romanos. Buscamos também fornecer um breve histórico das escavações arqueológicas que destacaram a importância de Dor no contexto local e regional do Mediterrâneo Oriental. Para isso, consultamos documentos escritos, relatórios de escavações e escavações no próprio sítio. As descobertas arqueológicas em Tel Dor, combinadas com a diversidade de fontes, oferecem uma compreensão abrangente das influências culturais que moldaram esse local, sendo percebido como um microcosmo significativo de diversidade cultural ao longo dos séculos no Mediterrâneo Oriental. Por fim, reservamos algumas palavras ao Museu Mizgaga, parceiro do sítio arqueológico desde a década de 1980, que desempenha um papel vital na preservação e exposição do material arqueológico resultante das escavações subaquáticas e da área do Tel.
- Research Article
- 10.29327/2345891.11.22-5
- Jan 1, 2023
- Romanitas
- Juliana Figueira Da Hora
Este artigo visa apresentar um estudo de caso da ilhota de Thasopoula, uma pequena ilha localizada no Norte do Egeu, próxima à ilha de Tasos. Desde o período arcaico, essa pequena ilha mantém uma forte conexão estratégica com a região do Norte do Egeu. Buscamos, por meio da análise dos vestígios materiais encontrados nos relatórios de escavação da ilhota, explorar questões relacionadas à dinâmica humana em ilhas de pequenas dimensões. Dessa maneira, procuramos problematizar os conceitos de não isolamento e a revelação de ilhas menos conhecidas, subordinadas ao domínio de ilhas maiores, utilizando os dados disponíveis. Para compreender a dinâmica local e regional das pequenas ilhas no Norte do Egeu, inserimos nossa discussão no âmbito das correntes teóricas emergentes no Mediterrâneo, especialmente aquelas que questionam o conceito de insularidade. A partir desses debates teóricos, observamos, em Thasopoula, a presença de elementos que sugerem uma conectividade e atividade intensa em níveis de interação não apenas local, mas também regional. Acreditamos que o fato de Thasopoula ser uma ilhota estrategicamente controlada lança luz sobre as áreas delimitadas pelos domínios de ilhas maiores, representando uma espécie de koiné regional para o controle de áreas estratégicas entre ilhas.
- Research Article
- 10.29327/2345891.11.22-16
- Jan 1, 2023
- Romanitas
- Guilherme De Aquino Silva
O livro Illiterate Geography in Classical Athens and Rome, de Daniela Dueck (2021), preenche uma lacuna na historiografia acerca da Geografia antiga, pois, além de elencar fontes de natureza não textual, volta o olhar para as camadas sociais iletradas, buscando identificar a maneira pela qual o conhecimento geográfico foi produzido e divulgado entre aqueles que não tiveram o privilégio de estudar. Portanto, a obra cumpre um importante papel de deslocar o foco dos textos produzidos pela elite letrada, exaustivamente explorados pela historiografia, propondo um olhar voltado para as massas. Dessa maneira, indicamos a leitura do livro àqueles que se interessam por compreender a relação dos gregos e romanos – letrados e iletrados – com a Geografia.
- Research Article
- 10.29327/2345891.11.22-6
- Jan 1, 2023
- Romanitas
- João Carlos Furlani
Antes de se ser remodelada e transformada em Constantinopla, a capital do Império Romano, Bizâncio era uma típica pólis litorânea que, mediante o comércio portuário, tornou-se economicamente próspera. Isso fez dela uma cidade vibrante, independente e multicultural. A localização favorável, os recursos abundantes e a expansão territorial fizeram de Bizâncio o ponto de cruzamento entre continentes, onde ocorriam intensas trocas comerciais, culturais e políticas. É pensando nessa Bizâncio que temos como objetivo, neste artigo, apresentar e discutir questões relativas à criação desta cidade portuária, sobretudo no que concerne à relação entre gregos e trácios na ocupação e desenvolvimento do sítio. Perseguiremos o intrigante questionamento da fundação ou formação de Bizâncio no Bósforo. Com isso, demonstraremos que sua memória se formou como um espaço multicultural e de reconstrução da identidade citadina. Para isso, reunimos diversos relatos de autores antigos, além de vestígios provindos da cultura material. Acreditamos que por sua localização fronteiriça, a imagem de Bizâncio oscilava entre dois polos e para assumir o controle do Bósforo e obter o apoio das demais póleis, os bizantinos precisaram solidificar sua identidade grega e atuar como uma espécie de benfeitora da oikumene. Mas, ao mesmo tempo, também precisaram lidar diplomaticamente com os grupos ditos bárbaros, isto é, os não-gregos.
- Research Article
- 10.29327/2345891.11.22-15
- Jan 1, 2023
- Romanitas
- Maura Regina Petruski
As tradições funerárias do antigo Egito são intrinsecamente ligadas à crença na vida após a morte e à preservação do corpo para a jornada para o além. Ao longo de milênios, os egípcios desenvolveram elaborados rituais funerários e práticas para honrar os falecidos e assegurar uma transição bem-sucedida para a vida após a morte. Um dos aspectos mais notáveis desses ritos é a arte funerária, que inclui as misteriosas e fascinantes máscaras do Fayum. Estas, descobertas na região do Fayum, revelam uma prática singular de preservação e devoção aos mortos, destacando-se como expressões artísticas e testemunhos culturais únicos que transcendem o tempo. O presente artigo tem como objetivo apresentar uma análise sobre esses retratos funerários egípcios e seu contexto de produção. Acreditamos que as máscaras de Fayum revelam as complexidades dos ritos funerários egípcios e representam um importante artefato no mundo do Além. Do ponto de vista dos falecidos, as peças eram pensadas e projetadas na perspectiva de um futuro, abrindo caminho de maneira mais rápida para a outra vida, como uma espécie de passaporte para identificar a alma do indivíduo no trajeto de sua última e mais importante viagem.
- Research Article
- 10.29327/2345891.11.22-11
- Jan 1, 2023
- Romanitas
- Luciane Munhoz De Omena + 1 more
A sociedade romana comungava práticas de sepultamentos que se destinavam ao respeito aos mortos e à perpetuação de seus nomes na paisagem sagrada das necrópoles. Construídas nas vias de acesso das cidades, podemos percorrer, ainda, hoje, inúmeros sítios arqueológicos que presenteiam os visitantes com estruturas monumentais de sepulturas, as quais relacionam-se aos diferentes interesses e práticas sociais. Com isso em mente, este artigo tem como objetivo compreender as práticas mortuárias e suas relações com a memória a partir da paisagem funerária e das relações familiares no lógos filosófico de Lúcio Aneu Sêneca. Em diálogo com os vestígios materiais, pretende-se investigar o impacto da morte na corte neroniana à época de 62 d.C. A partir daí, serão traçadas reflexões acerca dos comportamentos aristocráticos em relação à família e ao luto e, dessa forma, ao analisar a prática da uirtus, compreender-se-á a criação de normas de condutas para a expressão pública da dor e a inserção de dimensões mais particulares e emocionais no modo como se lembravam dos mortos sob a perspectiva de Sêneca.
- Research Article
- 10.29327/2345891.11.22-1
- Jan 1, 2023
- Romanitas
- João Carlos Furlani
Inserido nas discussões apresentadas acima, o presente dossiê, intitulado “Cidade, território e materialidade no Mundo Antigo”, volta-se para as narrativas e usos dos espaços. Com o propósito de iluminar diferentes aspectos da materialidade no Mundo Antigo e na Antiguidade Tardia, apresentamos artigos e resenhas que abordam particularidades sobre as mais diversas cidades antigas, sob a perspectiva de historiadores e arqueólogos. Isso inclui questões de cunho historiográfico, cultural, político, religioso e social, sem perder de vista a importância da espacialidade na compreensão do cotidiano de indivíduos e grupos inseridos no modus vivendi das sociedades urbanas. Em face do exposto, este dossiê de Romanitas - Revista de Estudos Greco-latinos volta-se para uma tendência atual que combina concepções e métodos provenientes da História Urbana, da Arqueologia Clássica, da Geografia, da Arquitetura e da Sociologia, com o intuito de abordar de maneira plural e interdisciplinar esses ricos espaços que são as cidades, que de forma alguma devem ser pensados e tratados como estáticos e indeléveis.
- Research Article
- 10.29327/2345891.11.22-9
- Jan 1, 2023
- Romanitas
- Bruno Dos Santos Silva
O processo de integração no Mediterrâneo Antigo representa um fenômeno complexo e multifacetado, cujos contornos são revelados tanto por fontes arqueológicas quanto materiais. O presente artigo tem como objetivo refletir justamente sobre esse processo a partir de uma análise da obra Geografia, de Estrabão (séc. I a.C.), descrevendo o espaço da Turdetânia e a cidade de Cádiz. Com uma leitura detalhada do livro III desta obra, pretende-se oferecer uma visão alternativa ao papel da cidade gaditana, aos olhos de Estrabão e de outras fontes escritas contemporâneas, nas transformações observadas no espaço da Turdetânia. Defende-se que, em vez de ser um paradigma para o estudo da romanização, como defendem alguns autores, tanto Cádiz quanto a Turdetânia podem ser lidas como modelos de um mundo em integração muito antes da chegada dos romanos, sendo tal cidade um agente central desse processo.