O presente artigo parte da problemática subjacente à associação do brincar ao salvacionismo dos problemas da educação, no que tange, por exemplo, à melhoria do desempenho dos estudantes ou ao aumento do seu interesse pela escola, reduzindo a resolução disso a uma questão de método. O estudo busca compreender, nesse sentido, o lugar do brincar nas concepções pedagógicas contemporâneas, apresentando seus encontros e desencontros com uma concepção histórico-social de ludicidade. Numa abordagem qualitativa, lança mão da pesquisa bibliográfica e documental, sendo, neste último caso, a partir da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), enquanto no primeiro, em diálogo com autores que discutem as concepções pedagógicas contemporâneas. A conclusão aponta que, no contexto do neoprodutivismo, o brincar adquire um significado pragmatista e utilitarista, expressos na BNCC, numa perspectiva de mascaramento, contraposta à concepção histórico-social, a qual tem em vista um brincar para o desvelamento e para a consciência histórica das relações sociais, numa perspectiva de totalidade.

El objetivo de este artículo es identificar cuáles son los retos y desafíos a los que debe responder la formación del profesorado de las universidades, conscientes de su importancia en la construcción de conocimiento, que responda a las necesidades de la sociedad. La actual situación social cercana y global ofrece numerosos retos y desafíos. Esta situación se ha convertido en una oportunidad para partir de una filosofía humanista que pone a la persona y su desarrollo integral en el centro. Más adelante, se realiza una rápida descripción de los modelos formativos existentes que se valoran todos ellos como necesarios y complementarios. Se subraya la formación en pequeños grupos o en instituciones educativas con necesidades de cambio. También se identifican algunas áreas o ámbitos de formación como el enfoque humanista, el desarrollo competencial y las características de mediación, la profundización en los procesos de aprendizaje, las metodologías activas, profundización en la transformación de contextos sociales hacia sociedades inclusivas, más justas y solidarias, desde la reflexión teoría-práctica y metodologías de Investigación-acción. Finaliza con algunas reflexiones sobre la formación de este profesorado como un mediador, que trabaja con otros, en equipo, desde grupos de trabajo o equipos de investigación, en diálogo constante y trabajo en equipo con sus estudiantes con un objetivo: que el conocimiento que construyen juntos revierta en una mejora de la sociedad.

Pierre Bourdieu ha hecho, sin dudas, un importante aporte a la teoría educativa. No obstante sus agudos análisis, el sistema educativo parece resistirse a ver la importancia que estos revisten, haciéndose visible, en la actualidad, que los objetos de estudio que abordó, aún siguen estando vigentes. Por ello, este texto pretende establecer relaciones entre algunas de las principales nociones por él propuestas, para resaltar la relevancia de su legado al campo educativo; un campo que cada vez muestra más desigualdad. Desde una perspectiva crítica y actualizada, en este trabajo se pretende presentar de manera sintética, pero aguda, algunas de las relaciones que Bourdieu encuentra entre su concepción ontológica de lo social, y el sistema y proceso educativo, en particular a partir de entender su mirada sobre la escuela, es decir, como una institución generadora de cierta violencia simbólica y la implicancia que ésta tiene en la reproducción de ciertas diferencias de clase que se manifiestan en el seno social. Tratamiento que, a los fines previstos, se concentrará en algunos enfoques propios, de quienes suscriben este texto, a partir de tomar como núcleos conceptuales categorías como: discurso pedagógico, naturalismo o ideología carismática y democratización de la educación.

O intuito desta pesquisa é investigar a participação e as contribuições do Centro Acadêmico da Faculdade de Farmácia de Ouro Preto ao “IV Encontro Nacional dos Estudantes de Farmácia” em Goiás (IV ENEF - 1980). Em plena ditadura militar, estudantes mineiros expressaram e registraram suas ideias acerca do ensino farmacêutico no Brasil, discorrendo sobre os impactos da Reforma Universitária na época, a importância do movimento estudantil, a necessidade de valorização da cultura e da arte, entre outros assuntos. O texto desenvolvido pelos alunos possuía o objetivo de instruir e difundir convicções e ideais para toda a comunidade acadêmica participante da quarta edição do ENEF, evento ocorrido na cidade de Goiânia, nas dependências da Universidade Federal de Goiás (UFG). Por meio da metodologia da pesquisa histórica, a análise desse documento de 1980 possibilitou identificar quais foram as principais bandeiras e preocupações dos participantes do evento. Corroborando que o grupo farmacêutico de Ouro Preto ao trazer àona palavras de luta; defender a liberdade artística, interceder a favor do ensino público/gratuito e da permanência dos estudantes na universidade instigou a comunidade participante do evento a combater a ditadura militar.

Lançando mão de fontes documentais primárias, da realização de entrevistas e de informações obtidas por intermédio da revisão bibliográfica, o artigo percorre o processo histórico do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (SINTEP/MT), numa sequência temporal que se inicia em 1979 e se estende pelo tempo presente, resgatando sua origem no interior do movimento associativista mato-grossense, a sua união com Associação Mato-grossense de Professores Primários (AMPP), evento que marcou um importante momento na história do sindicato, e os aspectos gerais do sindicalismo nacional, com o intuito de localizar sua presença nas páginas da história da educação brasileira.

A cidade de São Paulo necessitava nacionalizar as crianças, ensinando a língua portuguesa. Objetiva-se explicitar as ações do governo estadual nesta empreitada. As escolas elementares subsidiadas existiram em todas as colônias de emigrados italianos pelo mundo, verificou-se um intercâmbio entre os imigrantes. Como o Reino da Itália havia se unificado no século XIX, o governo criava e mantinha escolas privadas nas colônias, visando a formação do cidadão italiano no exterior. As escolas subsidiadas ensinavam a língua italiana instituída oficialmente após a unificação. Foram poucos os professores que lecionaram em São Paulo que eram formados por Escolas Normais, o amplo número de alunos contribuiu para a existência de professores leigos. A metodologia foi embasada na pesquisa documental e bibliográfica. Como fontes primárias foram usados o periódico Fanfulla, o delle Scuole Italiane all’estero Governative e Sussidiative e o Annuario de Ensino do Estado de São Paulo, legislação. A base documental utilizou Certeau (2002), Salvetti (1995), Rolnik (1999), entre outros. As escolas públicas não ofereciam vagas suficientes. Concluiu-se que o governo encontrou formas de expandir as vagas escolares, para formar efetivamente o cidadão brasileiro.

A ideia de competência está na base da reforma do ensino estabelecida no Brasil pela Lei n. 13.415/2017, graças à qual passou a vigorar no próprio texto da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n. 9.394/1996). A Base Nacional Comum Curricular, finalizada em 2018, também envolve estruturalmente a lógica das competências. O intuito deste artigo consiste em demonstrar as duas fundações da noção de competência na educação brasileira – dos anos 1970 à reforma Temer – a partir da análise crítica do tecnicismo pedagógico e da Economia da Educação. Conclui-se que as duas fundações foram motivadas por uma agenda capitalista global que restitui no tempo presente, do ponto de vista educacional, uma pedagogia do passado.

Este texto, assentado nas contribuições, entre outros, de Karl Marx, Antonio Gramsci e Virgínia Fontes, para a explicitação do modo de produção capitalista, tem como objetivo apresentar o desvelamento dos condicionantes das políticas educacionais, mormente aqueles referentes à formação de professores. Nesse sentido, dedica-se ao aclaramento do neoliberalismo como esfera orgânica da sociedade do capital em crise e confisco de espaços democráticos. Analisa e problematiza a subsunção da formação ao empresariamento financeiro, a semiformação e a barbárie dela decorrente, mormente quando se aponta a quem serve a Resolução N.2 de 2019. Essa constatação reclama o retorno às contribuições de Theodor W. Adorno que potencializam a resistência à sujeição do professor à barbárie da semiformação. O que daí decorre e defendemos é que: transformar a experiência educativa em puro treinamento técnico é amesquinhar o que há de fundamentalmente humano no exercício educativo: o seu caráter formador.

O presente trabalho aborda o Transtorno do Espectro Autista (TEA), haja vista os desafios enfrentados na atividade docente para atender estudantes com essa especificidade. Para tanto, buscou-se na Teoria Histórico-Cultural (THC) fundamentação para aprofundar a temática, tendo o objetivo de compreender as contribuições desse referencial teórico para o trabalho pedagógico. Considerando a perspectiva histórica da THC, foi desenvolvida uma revisão integrativa de literatura por meio de busca bibliográfica. A análise da produção científica sobre a temática contemplou produções publicadas nos últimos cinco anos como forma de acessar conhecimentos atualizados e produzidos no contexto da crescente preocupação com estudantes com TEA. Os bancos de dados foram a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), o Portal de Periódicos e o Banco de Teses e Dissertações da Capes. A análise estabelecida foi de ordem qualitativa e abordou as características das mediações para esses alunos com base na THC. Por meio dessas buscas foi possível analisar 22 trabalhos e evidenciar que estas pesquisas abordam o TEA para além do diagnóstico, enfatizando as mediações, como forma de aperfeiçoar os aspectos pedagógicos. Foi possível compreender que, apesar de existirem características gerais do espectro, cada sujeito possui suas particularidades, o que exige conhecer o estudante com base em suas determinações sócio-históricas. Considerando a relevância das mediações e a especificidade do TEA, compreende-se que cabe ao docente considerar as necessidades dos seus alunos (sujeito), qualificando o trabalho pedagógico (em sua forma) com propósito de assegurar a apropriação dos conhecimentos científicos (conteúdo).

Este artigo propõe um estudo crítico sobre os modos de leitura e ensino de história das artes e do modernismo africano aplicados à educação básica e superior brasileira, tendo como base os saberes da visualidade criados por artistas africanos. Em um primeiro momento, serão abordadas certas narrativas sobre o campo da história da arte no continente africano e sua relação com a produção modernista europeia, apresentando as fissuras e as violências epistemológicas que marcaram esse campo. Em seguida, serão discutidas as contribuições africanas para o debate sobre a modernidade artística, partindo da produção visual de alguns artistas modernos africanos, situando suas criações como coetânea e paralela a corrente principal do modernismo. Por fim, é apresentada uma análise crítica dos problemas e das possibilidades do ensino de história das artes africanas e suas culturas no contexto da rede de ensino brasileira, e como elas podem contribuir para a discussão sobre a importância de se reconhecer e valorizar a diversidade cultural e étnico-racial na educação.