Abstract

Neste artigo, investigamos as implicações tradutórias do uso de verbos movimento no inglês e no português brasileiro (PB) à luz da Linguística Cognitiva a partir de narrações de partidas de basquetebol: um corpus que constitui um contexto natural de realização da língua falada. Analisamos duas partidas da National Basketball Association (NBA). Em total, foram compiladas 104 ocorrências de verbos de movimento, 51 em inglês e 53 em PB. Quanto aos tipos, foram constatados 46 diferentes em inglês e 26 em PB. Isso sugere que as narrações são mais ou menos equivalentes no que concerne ao estilo narrativo, pois ambas usam uma quantidade parecida de verbos. Entretanto, tem-se uma assimetria em relação à variedade de verbos de movimento empregados e à sua semântica. Enquanto no inglês há maior variedade de verbos de movimento, no PB ela é menor. Nesta língua, por sua vez, a preferência são verbos de movimento menos específicos, que indicam DIREÇÃO, sem muitas informações de MODO. Tais diferenças são a fonte das dificuldades da tradução de verbos de movimento, do inglês para o português. No que concerne aos estudos da tradução, esta pesquisa corrobora a Hipótese do Item Único, segundo a qual um item é único para uma dada língua, se os contextos gramaticais em que ele aparece são únicos daquela língua.

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