Abstract

Este ensaio propõe uma leitura imanente de Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos, ao investigar a inscrição, sobretudo, via remissões à corporeidade e ao que a reveste ou a expõe, da tentativa de “morte civil”, própria dos procedimentos realizados pelas “instituições totais”, formulações de Erwing Goffman em Manicômios, prisões e conventos, assim como a resistência formalizada textualmente pelo autor a propósito do papel social do escritor frente a esse assassínio do eu e do outro, com quem a proximidade máxima e forçada em condições desumanas desafia a sobrevivência em vários sentidos do termo. Manter-se vivo na “casa dos mortos”, expressão tomada emprestada da experiência prisional de Dostoiévski, para o título, refere-se não apenas à conservação biológica da vida, mas também ao desafio de um estado de atenção sempre presente em relação ao que não pode se deixar enterrar no passado, como querem os que tentam perpetrar essa morte.

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