Abstract

O objetivo deste trabalho é analisar o humor na ficção policial brasileira da Primeira República, tomando como fonte principal o romance O mistério, escrito a oito mãos em 1920 por Afrânio Peixoto, Viriato Correia, Medeiros e Albuquerque e Coelho Netto. Nossa tese é que esse romance representa sobretudo a recepção da ficção policial difundida no país desde 1907. Focaremos a recepção dos textos policiais de Conan Doyle por terem marcado a imaginação dos leitores brasileiros. Sherlock Holmes ensejou imitadores de tal modo que suas deduções foram aplicadas pelos leitores de jornal e jornalistas na solução dos crimes noticiados na imprensa, servindo também de modelo à investigação policial, marcada por uma criminologia científica bastante difundida no período. Mostraremos como esses fenômenos estão presentes em O mistério, mobilizados para uma sátira da polícia e da sociedade brasileira.

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