Abstract

Safo, cuja obra sobreviveu sob a forma de fragmentos, teve seu floruit no iná­cio do século VI a.C.. Embora não houvesse, na Antiguidade Clássica, um conceito que correspondesse ao de ”sexualidade”; conquanto existissem protocolos discursivos para dizer a pederastia, não havia definição para o homoerotismo feminino. Sendo assim, Safo é colhida numa trama de ”excessos”, tornada clara nos epá­tetos que recebe na Antiguidade: máscula, trá­bade, cortesã. No século XIX, a biografia de Safo é reintroduzida na cultura por intermédio da tradução de Ová­dio. É a partir desse perá­odo que o artigo se volta, propondo a leitura das imagens pictóricas de Safo sob o pano de fundo do erotismo, sugerindo que essa iconografia se associa a clichês e a uma concepção do feminino produzida pelo (e para) o olhar masculino. A conquista da memória de Safo em imagens intencionalmente produzidas para o prazer masculino goza, ao mesmo tempo, de um campo de possibilidades discursivas doadas pela tradição.

Full Text
Paper version not known

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call

Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.