Abstract
Introdução: A saúde da mulher negra no período pós-parto é marcada por desafios que refletem desigualdades estruturais e racismo institucional, resultando em disparidades significativas nos desfechos maternos e neonatais. Mulheres negras enfrentam maiores riscos de morbidade e mortalidade materna, além de vivenciarem negligência e falta de empatia no atendimento pós-parto. O impacto do racismo estrutural e dos determinantes sociais da saúde torna evidente a necessidade de um sistema de saúde mais equitativo e humanizado, que promova o cuidado integral e respeitoso para essas mulheres. Objetivo: Este trabalho teve como objetivo analisar, por meio de uma revisão narrativa de literatura, as principais barreiras enfrentadas por mulheres negras no pós-parto e discutir estratégias para promover equidade e humanização no cuidado, com foco nos desafios e oportunidades para melhorar os desfechos maternos e neonatais. Metodologia: A revisão narrativa foi conduzida com base em artigos publicados entre 2013 e 2024, selecionados nas bases de dados PubMed, SciELO, Lilacs e Google Scholar. Foram utilizados descritores relacionados ao tema, como "saúde da mulher negra", "pós-parto", "equidade em saúde" e "cuidado humanizado". Os critérios de inclusão consideraram estudos revisados por pares, publicados em português, inglês ou espanhol, que abordassem questões específicas da saúde da mulher negra no pós-parto. A análise dos dados foi realizada de forma descritiva, destacando aspectos qualitativos relacionados às experiências e desafios dessas mulheres. Resultados e Discussão: Os resultados evidenciaram desigualdades no acesso e na qualidade do cuidado pós-parto para mulheres negras, impactadas por racismo institucional, vulnerabilidade socioeconômica e negligência nos serviços de saúde. A ausência de práticas humanizadas e o subdiagnóstico de questões de saúde mental, como depressão pós-parto, foram destacados. Por outro lado, iniciativas de capacitação de profissionais e redes de apoio social mostraram-se eficazes na promoção da equidade e do cuidado humanizado. Conclusão: O estudo reforça a necessidade de enfrentar o racismo estrutural como um determinante das desigualdades em saúde materna. Políticas públicas inclusivas, formação de profissionais e fortalecimento de redes de apoio são essenciais para garantir um cuidado digno e equitativo às mulheres negras no pós-parto, promovendo seu bem-estar e saúde integral.
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