Abstract
A mudança no paradigma da gestão das empresas para uma maior preocupação com o seu capital humano tem permitido o surgimento de novas formas de encarar o sucesso organizacional. É ao ter por base esse pressuposto que o presente estudo pretende analisar as relações entre o engagement no trabalho e os recursos laborais e as implicações que os mesmos têm para o desempenho dos trabalhadores. Para isso, contámos com a participação de 101 trabalhadores duma empresa multinacional da área da grande distribuição de equipamentos para o lar, que preencheram os questionários e anexaram aos mesmos os resultados das suas avaliações de desempenho formais. Os resultados obtidos reforçam a importância dos recursos laborais no surgimento do engagement no local de trabalho e levam-nos a reflectir sobre a adequabilidade dos sistemas formais de avaliação do desempenho. As implicações deste estudo são discutidas à luz da sua relevância para a gestão de recursos humanos.
Highlights
Durante muito tempo a Psicologia de uma forma geral, e a Psicologia da Saúde Ocupacional em particular, dedicaram-se predominantemente ao estudo dos aspectos negativos na saúde das pessoas, negligenciando o estudo e a procura de compreensão dos recursos e formas “óptimas” do funcionamento humano (Bakker, Schaufeli, Leiter & Taris, 2008a)
A aplicação destes pressupostos às áreas organizacional e do trabalho tem portanto o seu foco na melhoria da eficácia e da qualidade de vida nas organizações (Donaldson & Ko, 2009), sendo o seu pressuposto o de que as organizações, ao focarem-se em conceitos positivos, podem criar as condições necessárias para fazer sobressair nos seus membros o que eles têm de melhor e assim procurar estabelecer pontes entre o desenvolvimento humano e o desenvolvimento económico (Froman, 2009)
Os princípios fundadores da Psicologia da Saúde Ocupacional têm revelado portanto ser inapropriado não reconhecer também como relevantes os aspectos positivos do trabalho na vida das pessoas, pois isso é algo que deixaria incompleta a compreensão global sobre o significado de trabalhar (Salanova & Schaufeli, 2004; Schaufeli & Salanova, 2007)
Summary
Para a concretização do estudo recorreu-se a uma empresa multinacional na área da grande distribuição de produtos e equipamentos para o lar, a actuar na região de Portugal. Algumas semanas depois da autorização por parte da sua Direcção de Recursos Humanos, e antes da realização das avaliações de desempenho, foram entregues os questionários a todas as chefias da empresa para que, aquando da preparação e organização para as avaliações, distribuíssem pelos seus subordinados esses questionários juntamente com a explicação, o pedido de colaboração no estudo e um envelope para cada questionário. Para medir o engagement no trabalho, foi realizada uma tradução para português do questionário de auto-relato UWES – Utrecht Work Engagement Scale (Schaufeli, & Bakker, 2003), na sua versão total de 17 itens, que se baseia nas três componentes constituintes do mesmo, vigor (6 itens, ex: “No meu trabalho, sinto-me cheio de energia”), dedicação (5 itens, ex: “Estou entusiasmado com o meu trabalho”) e absorção (6 itens, ex: “O tempo voa quando estou a trabalhar”). Para os dois casos, os valores das três subescalas do UWES, mas também os valores do conjunto dessas três subescalas
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