Abstract

Um volume expressivo de rastros de nossas ações é gerado, monitorado e tratado cotidianamente na internet constituindo imensos arquivos sobre nossos modos de vida. Estes rastros digitais vêm sendo apropriados por diversos campos: vigilância, publicidade, entretenimento, serviços, etc. Eles também vêm sendo valiosa fonte de pesquisa nas ciências humanas e sociais. O valor desses rastros está atrelado ao conhecimento que possibilitam e há, neste domínio, uma série de embates. Este artigo confronta dois modelos de conhecimento, os quais têm implicações diferenciadas para uma política dos rastros digitais. O primeiro, vigente nos aparatos comerciais e policiais, concebe o rastro como evidência atrelada ao indivíduo e/ou a padrões comportamentais. O segundo, objeto maior de nosso interesse e inspirado na teoria ator-rede, entende os rastros como inscrições de ações que permitem descrever a formação de coletivos sociotécnicos.

Highlights

  • Quando entendemos a tarefa da política como a composição progressiva de um mundo comum (Latour, 2007); quando entendemos que a composição de um mundo comum é o trabalho mesmo de tessitura das redes de modo a ampliar os modos de existência que dela participam, distribuindo a ação e fazendo proliferar os mediadores; quando entendemos ainda que as redes não estão jamais acabadas, sendo elas menos a coisa descrita do que o processo de descrição, retraçar os rastros digitais que as compõem é uma tarefa simultaneamente cognitiva e política

  • Para ser breve e concluir, ressaltando apenas um dos muitos aspectos em jogo, a ideia central é utilizar a rastreabilidade digital tanto para descrever e tornar visível as controvérsias que animam uma série de fenômenos coletivos, quanto para ampliar a participação pública e política nestas controvérsias que, uma vez cartografadas, se tornam sensorialmente, cognitivamente e politicamente mais próximas, ampliando a margem de participação de atores diversos

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Summary

Introduction

O que as redes digitais favorecem é precisamente esta rastreabilidade, de modo que se pode, ao mesmo tempo, seguir uma série de ações e associações locais e ver como cada uma delas participa da construção de coletivos.

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