Abstract

A agricultura da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) está voltada basicamente para a produção de hortícolas, respondendo por 50% da produção do Estado do Paraná. O problema é que parte desses alimentos têm apresentado resíduos de agrotóxicos, agravando a crise da agricultura convencional (C). Visando atender à demanda alimentar da população e às tendências do mercado atual, a ciência agrícola tem fundamentado novas formas de cultivo de hortícolas, como a agricultura orgânica (O) e a hidropônica (H) entre outras. Além dos resíduos de agrotóxicos, conteúdo de nitrato, matéria seca e vitamina C, existem poucas evidências de que alimentos orgânicos, convencionais e hidropônicos diferem em suas concentrações de nutrientes, havendo necessidade de novos e criteriosos estudos. O objetivo desse trabalho foi avaliar comparativamente os sistemas de cultivo praticados na RMC, além de analisar a qualidade de hortícolas convencionais, orgânicas e hidropônicas, produzidas e/ou comercializadas na RMC. Foram monitoradas 10 culturas de hortícolas em relação à ausência de toxicidade, aspecto nutricional e estrutural. De um modo geral, os dados obtidos nas análises físico-químicas mostraram grande variação, o que pode justificar os altos valores para o desvio padrão. Em muitos casos, o desvio padrão excedeu a média, fato que pode explicar a não ocorrência de diferença estatística significativa (p≤0,05) entre algumas das amostras analisadas, quando comparadas em relação ao sistema de cultivo. As maiores diferenças entre os sistemas de cultivo foram observadas em relação aos micronutrientes, principalmente nas culturas de tomate salada e morango. Essas amostras não apresentaram diferenças estatísticas significativas (p≤0,05), quando comparados os sistemas de cultivo convencional e orgânico, diferindo, porém das amostras obtidas pelo sistema de cultivo hidropônico, que apresentaram teores mais elevados. As concentrações de nitritos e nitratos nas culturas analisadas apresentaram a seguinte relação: alface, tomate cereja e tomate tipo salada - O < C < H; espinafre, morango e batata - O < C; agrião - C < H < O; couve-flor, cenoura e pepino - C < O. Considerando a IDA em relação aos nitritos e nitratos, as culturas de agrião, alface e espinafre foram as que apresentaram as maiores restrições ao consumo, variando de 81 e 100 g para o agrião orgânico e hidropônico, 330 e 148 g para a alface convencional e hidropônica e 192 a 301 g para o espinafre convencional e hidropônico, respectivamente. As hortícolas cultivadas pelo sistema de produção orgânico, convencional e hidropônico apresentaram, respectivamente, 9,68%, 33,87% e 41,18% de suas amostras com algum tipo de resíduo de agrotóxicos. Independente do sistema de cultivo, todas as amostras de agrião analisadas apresentaram reação positiva para o dissulfeto de carbono (CS2). Porém, indícios de possível “falso positivo” evidenciaram a necessidade de testes confirmatórios para cada molécula. As amostras de agrião, alface e de tomate cereja apresentaram diferenças estruturais quantitativas segundo o sistema de manejo em que foram cultivadas. O cultivo orgânico mostrou ser o que apresenta maior massa tanto nas folhas de Nasturtium officinale e Lactuca sativa quanto no fruto de Lycopersicum esculentum var. cerisiforme. Palavras-chave: Agrotóxicos; Análise Estrutural; Contaminantes; Controle de Qualidade; Hortícolas; Sistemas de Cultivo.

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