Abstract
Construção de um perfil assistencial voltado para a descrição da atuação do enfermeiro na Consulta de Enfermagem (CE) a pacientes hematológicos. Este estudo possui caráter quantitativo-descritivo, realizado em um hemocentro regional no município de Castanhal, localizado no Estado do Pará. Para a coleta de dados foi realizada uma análise dos protocolos operacionais padrão, verificando os registros de enfermagem e o levantamento das fichas de produção mensal de consultas de enfermagem, do período de junho a novembro de 2020. Foram analisadas as variáveis: quantitativo de pacientes cadastrados por diagnóstico; distribuição por faixa etária e sexo; tipos de doenças hematológicas; tipo de CE (1ª vez, retorno e acolhimento); condutas nos desfechos das CE; E CE aos hemofílicos. Quanto aos pacientes cadastrados no hemocentro, há predomínio da Doença Falciforme (56,5%) e Hemofilia A (31,8%), na faixa etária de 0 a 10 anos, no sexo masculino. Quanto às CE nas doenças hematológicas (n=78) houve predomínio da Doença Falciforme (51,2%) e Hemofilia A (29,4%), com maior número de consultas pela primeira vez, que foram encaminhados para a Prioridade de Atendimento Hematológico. Na CE ao hemofílicos predominou a profilaxia secundária. Os enfermeiros exercem um papel fundamental no atendimento ao paciente com doenças hematológicas e precisam estar adequadamente preparados para desempenhar esta responsabilidade, buscando a redução das distâncias entre a prática e o conhecimento científico disponível, de forma a ofertar um atendimento sistematizado e consequentemente, de qualidade.
Highlights
Atualmente, a hemoterapia consiste em uma das alternativas mais eficientes para o tratamento de patologias específicas e para a reposição de derivados sanguíneos e hemocomponentes (Dias, Cordeiro & Gonçalves, 2021)
Em 1993, o Conselho Federal de Enfermagem, através da Resolução Conselho Federal de enfermagem (COFEN)/159 estabeleceu a obrigatoriedade da realização da Consulta de Enfermagem (CE) em todos os níveis de assistência à saúde (COFEN, 1993)
Além do estudo da associação ou correlação, também pode, ao seu tempo, fazer inferências causais que explicam por que as coisas acontecem ou não de uma forma determinada (Esperón, 2017)
Summary
O sangue sempre teve importância destacada na história, sendo empregado com finalidade terapêutica pelo homem há muitos séculos. O papel da enfermagem nos serviços de hemoterapia está consolidado em praticamente todo o ciclo do sangue, destacando-se a triagem de doadores, a assistência ao ato transfusional, assim como a assistência aos portadores de doenças hematológicas (Menezes et al, 2020). No Brasil, os procedimentos hemoterápicos são regulamentados pelo Ministério da Saúde, através da Portaria no 158 de 4 de fevereiro de 2016, em consonância com a Política Nacional de Sangue, Componentes e Derivados. A enfermagem está inserida na prática em hemoterapia desde a antiguidade, desenvolvida pelos profissionais envolvidos no cuidado, tanto ao doador de sangue quanto ao receptor de componentes sanguíneos. Somente em 1990 que os profissionais, em eventos científicos, discutiram sobre a lacuna existente na atuação junto a doadores e pacientes hematológicos, deixando evidente a necessidade de regulamentação das atividades desenvolvidas (Frantz, 2018). O presente estudo objetiva a construção de um perfil assistencial voltado para a descrição da atuação do enfermeiro na CE a pacientes hematológicos
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