Abstract

O presente estudo intenciona oferecer um posicionamento sobre como o(s) politicamente correto(s), ao rejeitarem duplamente o valor e a prática da tolerância, fecham-se uns para outros, numa defesa tautológica das suas autoestimas, de modo a apresentar obstáculos para o encontro de uma mínima orientação consensual sobre a vida em comum. Para tanto, em primeiro lugar, pretende-se explicar o que significa ser “politicamente correto”. Em seguida, verifica-se a relação ambivalente entre “o politicamente correto” e a tolerância, na medida em que a segunda é rejeitada duplamente para dar lugar à hipertrofia da autoestima, que apesar de ser uma dimensão do reconhecimento importantíssima para a realização pessoal em sociedade, como bem explica Axel Honneth, não implica necessariamente que todas as convicções de determinado grupo devam ser sempre celebradas e valorizadas, como bem desenvolve Rainer Forst. Por fim, convoca-se a definição jurídica do princípio da tolerância desenvolvida por Ana Margarida Gaudêncio, na sua orientação negativa especialmente, a fim de refletir sobre os limites do direito e o papel do direito à justificação de Rainer Forst na definição destes limites. O presente estudo contou com uma abordagem hipotético-dedutiva para responder ao problema da relação entre os politicamente-corretos e os confrontos de autoestima, bem como para oferecer orientações mínimas de solução, o que dependeu da revisão da bibliografia pertinente ao assunto e de algumas matérias jornalísticas de fontes diversas para exemplificação e contextualização do tema.

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