Abstract
Ao investigarmos os diferentes modos tradicionais de dizer presentes em 80 cartas pessoais (subgêneros cartas de amigo e cartas de família) de pernambucanos do século XIX e XX, objetivamos verificar quais marcas composicionais estão presentes nas missivas e como as formas recorrentes de dizer contribuem para uma maior ou menor implicação emocional das expressões e, também, o que isso, consequentemente, nos traz de evidência acerca do grau de proximidade/distância comunicativa a partir da observação das relações de poder (hierárquicas) ou igualitárias presentes (BROWN; GILMAN, 1960). Para isso, adotamos o modelo de abordagem das Tradições Discursivas (TD) (KOCH; OESTERREICHER; 2006; KABATEK, 2006), a fim de percebermos quais marcas pragmático-discursivas são evocadas no gênero carta pessoal. Os resultados nos mostram que o uso de expressões recorrentes da carta pessoal se apresentou nos dois subgêneros da missiva e nos dois séculos e que esse uso oscila e é atualizado de missivista para missivista, dependendo de com quem se fala, do objetivo da carta e da assimetria ou simetria no relacionamento construído entre os correspondentes.
Highlights
Os modos tradicionais de dizer dos séculos XIX e XX: uma análise de cartas pessoais de pernambucanos
Ao investigarmos os diferentes modos tradicionais de dizer presentes em 80 cartas pessoais de pernambucanos do século XIX e XX, objetivamos verificar quais marcas composicionais estão presentes nas missivas e como as formas recorrentes de dizer contribuem para uma maior ou menor implicação emocional das expressões e, também, o que isso, consequentemente, nos traz de evidência acerca do grau de proximidade/distância comunicativa a partir da observação das relações de poder ou igualitárias presentes (BROWN; GILMAN, 1960)
This paper aims to analyze the different traditional forms of discourse in 80 personal letters of Pernambuco from
Summary
Ao considerarmos a carta pessoal como um dos gêneros fundamentais para o estudo da história das línguas e dos textos, é preciso termos em mente que os gêneros, assim como a língua, também se modificam ao longo do tempo. Nas palavras de Silva (2018), a carta é um hipergênero por englobar outros gêneros discursivos (como a carta comercial e a carta pessoal) que cumprem a função de acordo com características específicas e a partir da finalidade comunicativa de cada gênero, e é isso que permite a comunicação ser intermediada entre os interlocutores. Na relação de Poder, assimétrica, há a hierarquização das relações, sendo assim, elegem-se certas formas de tratamento diferentes, nãorecíprocas na comunicação que é estabelecida entre os interlocutores. O Tu remete ao tratamento igualitário, por exemplo, das relações de amizade e é nesse sentido que “[...] se outorga o uso mútuo do TU (recíproco ou igualitário), logo o uso simétrico de TU configuraria intimidade (sentimento de solidariedade entre os participantes da situação comunicativa)” Enquanto gênero discursivo, é marcada pela espontaneidade devido, sobretudo, à relação de intimidade estabelecida entre os missivistas e à tentativa de aproximação entre “os distantes”
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