Abstract
Este artigo analisa a interpretação dos sonhos sexuais na onirocrítica de Artemidoro através da perspectiva de Michel Foucault, com referências comparativas à interpretação dos sonhos de Freud. Observa-se como Foucault vincula a onirocrítica de Artemidoro ao “cuidado de si”, fazendo o deslocamento do desejo para o prazer. Discute-se a transformação dos sonhos em técnicas de existência e ética sexual ao enfatizar o papel regulador e formativo dos sonhos na vida do sujeito. Foucault identifica três modalidades de relações sexuais nos sonhos - conforme à lei, contrárias à lei, e relações familiares complexas - e suas implicações jurídico-morais. O artigo delineia como essas interpretações moldam a conduta social e moral dos sujeitos sonhadores, conectando-se à genealogia das normas sexuais e ao ethos histórico.
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