Abstract

<p><span>Procura-se mostrar neste artigo que Platão não tem, de imediato, o poeta como principal adversário: o problema de Platão não é apenas, como Havelock parece querer demonstrar, a querela da oralidade da poesia contra o <em>intelectual</em> letrado. É preciso, assim, notar que Platão, na <em>Apologia de Sócrates</em>,<em> </em>propõe-se inicialmente em mostrar a diferença entre o <em>philosophein</em> de Sócrates e a atividade dos denominados <em>sophistai</em>, dado que em <em>As Nuvens</em> de Aristófanes a personagem socrática seja apresentada como um <em>sophistes</em>. Não se pode esqecer, contudo, que no V século a.C. filósofo e sofista possuiam um sentido semelhante. Tenta-se aqui argumentar, no entanto, que em Heródoto, no encontro entre Creso e Sólon, há uma possibilidade, ainda que tênue, de distinguir uma atividade <em>filosófica</em> de outra <em>sofística</em> e que Platão possivelmente utilizou tal distinção para destacar, em diversos momentos de sua obra, Sólon como um sábio distinto dos demais. Haveria assim uma possivel diversidade de <em>erga</em> na investigação para obtenção de um saber. Seria, pois, menos uma diferenciação entre o poeta da cultura oral e o filósofo intelectual o que Platão procuraria efetuar de imediato, mas sobretudo, qual o melhor modo, pelo saber teórico, de racionalmente justificar as mais belas ações humanas.</span></p>

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