Abstract

Este artigo discute o papel das noções de causação interna e controle na representação léxico-conceitual de algumas subclasses de verbos dinâmicos monoargumentais, como os verbos de modo de movimento (p. ex., correr, rolar), de processos corporais (p. ex., rir, espirrar) e de emissão (p. ex., chiar, apitar). Os objetivos são analisar como essas propriedades determinam a participação desses verbos no processo de causativização e propor uma maneira de representá-las na estrutura conceitual desses predicados, sob a luz da Semântica Conceitual (JACKENDOFF, 1983; 1990; 2002). Para tanto, são examinados alguns problemas da proposta de Jackendoff (1990) para o tratamento dos verbos de modo de movimento, de modo a mostrar que o autor não dá conta do comportamento desses verbos em relação à causativização. São discutidas também análises clássicas das noções de controle, causação interna e eventos acionais na semântica lexical, que servem como base para a proposta apresentada neste trabalho. A hipótese defendida é a de que a distinção entre os predicados primitivos MOVE e ACT, através dos traços de controle e causação interna, é crucial para que se possa representar adequadamente a estrutura léxico-conceitual das subclasses de verbos dinâmicos monoargumentais e dar conta de sua participação ou não na causativização.

Highlights

  • Monoargumental verbs, such as the verbs of manner of motion, bodily processes and emission

  • Acredito ter apresentado um tratamento amplo para os verbos dinâmicos monoargumentais do português brasileiro, lidando adequadamente com o comportamento gramatical desses verbos em relação à participação ou não no processo lexical de causativização

  • Tese (Doutorado em Letras), Instituto de Letras, UFRGS, Porto Alegre

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Summary

INTRODUÇÃO

Neste artigo discutirei o papel das noções de causação interna e controle na representação léxico-conceitual de diferentes classes de verbos dinâmicos monoargumentais no português brasileiro, como os verbos de modo de movimento (p. ex., correr, rolar, pular), de processos corporais (p. ex., rir, espirrar, dormir) e de emissão (p. ex., chiar, apitar, soar). Na seção 4, apresentarei minha proposta para a representação léxico-conceitual dos verbos dinâmicos monoargumentais, que envolve os predicados primitivos MOVE e ACT, bem como os traços de controle e causação interna. No que diz respeito à representação dos verbos de maneira, de acordo com a teoria proposta por Rappaport Hovav & Levin, verbos de atividade como correr, rir e varrer, por exemplo, são representados pelo predicado ACT, conforme ilustrado em (11). A formalização proposta por Jackendoff para a representação dessas atitudes na estrutura conceitual assume que a atitude envolvida em verbos como acreditar e pretender tem a mesma natureza, ou seja, é uma atitude de “comprometimento”, a qual ele define por meio da função COM. Elaborarei minha proposta para a representação dos verbos dinâmicos monoargumentais, a qual levará em conta a regra de inferência intencional de Jackendoff

Os verbos de modo de movimento e a distinção entre MOVE e ACT
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS

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