Abstract
Resumo: Este artigo parte da obra de Gilbert Durand e opta preferencialmente pela noção heurística da mitanálise, ainda que num sentido mais lato, em detrimento da noção de mitocrítica mais vocacionada para a crítica literária e poética. O ponto de vista defendido é que a bacia semântica na qual a mitanálise, concebida para con-textos mais ideologizados, opera é a do imaginário educacional com o seu conceito de ideologema. É, portanto, neste pano de fundo que se desenrolará a discussão, na nossa última parte, do interesse e da respectiva importância da mitanálise no quadro de uma hermenêutica educacional que, por sua vez, não deixará de ter implicações numa Filosofia da Educação.
Highlights
The Educational Imaginary in Gilbert Durand’s Perspective
Para uma melhor compreensão da dificuldade da tarefa apontada, importa que o hermeneuta reflita sobre o contributo de Ricoeur que salienta o seguinte: a ideologia só ganha sentido se for pensada em relação à utopia e vice-versa e aqui nos encontramos no domínio do imaginário social onde a racionalização progressiva do mítico torna o semantismo arquetipal mais rarefeito ou liquefeito complicando imenso a interpretação: “Tudo se passa como se este imaginário repousasse sobre a tensão entre uma função de integração e uma função de subversão. [...] Tudo se passa como se o imaginário social só pudesse exercer a sua função excêntrica através da utopia e a sua função de reduplicação do real pelo canal da ideologia” (Ricoeur, 1986a, p. 384)
A mesma interrogação pode ser feita, por exemplo, relativamente à metáfora da luz igualmente presente nos textos e discursos sobre a educação, como, aliás, bem o mostra Nanine Charbonnel (1997) Esta metáfora, associada à das trevas, parece estruturar a narrativa ideo-pedagógica e educacional do ideário educativo iluminista e positivista e o seu prolongamento e influência na ideia de progresso, na sua feição educativa (Hameline, 2000), que os discursos e os textos pedagógicos e educacionais de hoje ainda refletem:
Summary
RESUMO – O Imaginário Educacional na Perspetiva de Gilbert Durand. Este artigo parte da obra de Gilbert Durand e opta preferencialmente pela noção heurística da mitanálise, ainda que num sentido mais lato, em detrimento da noção de mitocrítica mais vocacionada para a crítica literária e poética. O ponto de vista defendido é que a bacia semântica na qual a mitanálise, concebida para con-textos mais ideologizados, opera é a do imaginário educacional com o seu conceito de ideologema. The advocated point of view here is that the semantic basin in which the myth-analysis operates, conceived for more ideologized contexts, is that of the educational imaginary with its concept of ideologeme. Ante ao já exposto, procuraremos explicitar de que modo a mitanálise poderá, enquanto via mitodológica, dar conta dos mitos e do seu rasto, dos símbolos, das suas metáforas e alegorias mediados especialmente pela figura do ideologema que se afirma como uma das noções heurísticas do imaginário educacional. Araújo; Azevedo a modos de conclusão, falaremos do interesse da mitanálise para uma hermenêutica dos textos educacionais
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