Abstract

Ao longo da segunda metade do século XX, a luta organizada pelos pequenos produtores rurais e trabalhadores do campo, por participação no orçamento do Estado, desencadeou a institucionalização da categoria “agricultura familiar”, abarcando variados grupos, tornando o desenvolvimento rural difuso. O objetivo deste artigo é mostrar como se deu essa institucionalização, suas características e desafios frente a implementação das políticas públicas orientadas a uma categoria de agentes tão distintos no âmbito cultural, social, econômico e territorial. Para isso, a pesquisa utiliza o arcabouço teórico da sociologia reflexiva de Pierre Bourdieu, no que tange seus estudos sobre o Estado, com a intenção de identificar as lutas simbólicas no campo do poder, tendo a institucionalização da categoria agricultura familiar como produto, colocando diversos grupos sociais na agenda desenvolvimento nacional. Os resultados mostram que, embora tenha formalizado um conjunto de regulamentações e políticas públicas voltadas à agricultura familiar, sua diversidade traz a necessidade da participação de outros fatores que não, unicamente, as políticas públicas federais, evidenciando a distribuição desigual de capital simbólico à heterogênea agricultura familiar.

Highlights

  • The struggle organized by small rural producers and rural workers, for participation in the State budget, throughout the second half of the 20th century, triggered the institutionalization of the category “family agriculture”, encompassing culturally diverse groups, which has made rural development diffuse

  • Quais políticas institucionais assumiram este protagonismo junto a estes assentados? Existem entraves ou uma linearidade em seu desenvolvimento?

  • A intenção é chamar a atenção para como as políticas públicas conformam mecanismos de disputa no âmbito do “campo de poder” – Estado – por meio da classificação, definição das categorias “agricultura familiar”, por exemplo, priorização ou não no orçamento público, normatização, formas de

Read more

Summary

Introduction

The struggle organized by small rural producers and rural workers, for participation in the State budget, throughout the second half of the 20th century, triggered the institutionalization of the category “family agriculture”, encompassing culturally diverse groups, which has made rural development diffuse. A disputa por maior participação no orçamento do Estado se acirra em tempos de crise econômica, em que a necessidade de austeridade direciona cortes no investimento público, decaindo com mais facilidade sobre grupos com menos poder de barganha. Este cenário está desenhado desde 2016, quando o Governo Temer anunciou um ajuste final, colocando em cheque o desenvolvimento rural pautado nas políticas orientadas à agricultura familiar.

Objectives
Results
Conclusion
Full Text
Paper version not known

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call

Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.