Abstract

Busca-se refletir, a partir de um enfoque psicanalítico, sobre a questão do diagnóstico estrutural em um caso clínico e sua relação com o lugar que o analista ocupa na relação transferencial. Com base nos fenômenos relatados durante as sessões, destaca-se um leque de possibilidades quanto ao diagnóstico estrutural do caso - neurose, psicose ou perversão -, ressaltando-se que ele só pode ser pensado com base na especificidade da relação transferencial estabelecida com o analista. Uma particularidade deste caso clínico permitiu abordar o lugar que o tecido significante da poesia e da música ocupou diante do sem-sentido da morte.

Highlights

  • A structural diagnostic and its relationship with transference in analytical treatment

  • on the phenomenon described during the sessions I pinpoint several possible structural diagnosis of the case

  • highlight the fact that the diagnosis can only be considered based on the specificity of the transference relationship established with the analyst

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Summary

A QUESTÃO DA ESTRUTURA

Algumas vezes ela me dizia: “Hoje quebrei tudo em casa”. “Se você quiser me conhecer, assista ao filme Betty Blue; sou igual a ela: você já o assistiu?” Eu disse que não, e pedi para que me contasse algo sobre Betty Blue. Outro aspecto freqüente em Doralice era a errância: saía de casa por dias, sem que ninguém soubesse o que acontecia com ela. “a família” deixava recados para mim; sabiam que no dia e no horário da sessão ela reapareceria — e de fato, ela não faltava às sessões, seja porque saíra andando sem destino, seja porque, mais tarde e com câncer, tivesse sido internada num hospital — fugia do hospital e ia à sessão. Uma passagem pela drogadição: passa a freqüentar um grupo que se reúne para se drogar, começa a comparecer drogada às sessões e sua fala fica totalmente comprometida, e eu, após algumas sessões em que tentava trabalhar este fato, decido interromper o trabalho, uma vez que ela não conseguia mais falar, por efeito da droga. Apesar da presença dos aspectos neuróticos, psicóticos e perversos acima relatados, é na especificidade da relação transferencial que a questão do diagnóstico pôde ser pensada

A QUESTÃO TRANSFERENCIAL
40. Belo Horizonte
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