Abstract
Entre 2013 e 2016 pesquisei os conflitos ocorridos em Rio Grande, cidade ao sul do Rio Grande do Sul, por ocasião da instalação do Polo Naval, megaempreendimento de construção de plataformas navais. Ali foi cunhada a representação do “baiano”, um estigma que sintetizava a variação de migrantes que vinham de todo o Brasil trabalhar no Polo. Em 2023 o signo “baiano” ressurge entre denúncias e escândalos da ocorrência de trabalho escravo no mesmo Estado. O objetivo do artigo é estabelecer um registro das constatações de trabalho escravo no Rio Grande do Sul, dos sentidos na atmosfera que envolve o trabalho escravo, os agentes, lugares e setores de sua prática; mas sobretudo apontar possíveis linhas de correlação histórica entre os conflitos culturais no Polo Naval de alguns anos antes, tendo em comum o esforço por construir um estigma do migrante como “baiano” com o estágio recentemente deflagrado daqueles que também recebem tal estigma mas agora submetidos ao limite de exploração e subordinação: a escravização, a alienação total do direito sobre si.
Talk to us
Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have
Similar Papers
Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.