Abstract

The present essay approaches the poem "Mula de Deus", published in the latest narrative Estar Sendo. Ter Sido by Hilda Hilst. Both, poem and narrative, are a kind of farewell and finalization to the Hilda Hilst literary project. Firstly, it is made a distinction between the Hilda Hilst persona personalis and persona ficta and after a poem structure analysis based on the text "The End of the Poem" by Giorgio Agamben. Finally, it is developed a reading about the poet-mule, a desiring divine possession creature, and its prayers, tortures and failures.

Highlights

  • Ter Sido., segundo Alcir Pécora, tem como o ―imperativo ético, exclusivamente, de não se furtar ao desengano da vida em face da iminência da morte16.‖ O ponto final desse imperativo é o poema ―Mula de Deus‖, uma animalização do poeta, do poeta-mula, ou mais especificamente em Estar Sendo.

  • O poema ―Mula de Deus‖ não traz uma cena de possessão igual às muitas vistas na narrativa, mas está implícito nele a ideia de um ―culto pela possessão‖ como pode ser visto em Mario Perniola, quando este fala sobre técnica e possessão, e afirma que o homem barroco tem o ânimo suspenso, silencioso, na escuta por algo que vem de fora, e que isso determina a sua emotividade18.

  • A mula de Deus tem por primeira condição a pura servidão, o estar apta e preparada para o trabalho, pronta para os fardos e os chicotes, é feita apenas com ―demasiada coitadez‖, esse rebaixamento demonstra que só existindo como a invisibilidade de um animal espúrio, o poeta, o poeta-mula pode, soberanamente, desejar mais que a possessão de Deus, ou que Ele leia suas ―escrituras de pena‖, de ―infinita tristura‖, o poeta-mula pode pedir o impossível: uma morte úmida e fresca, atenuadora do seu padecer e que o acolha na sua subjetividade, aquela que ele veio descascando ao longo do tempo: Que eu morra junto ao rio.

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Summary

Introduction

Ter Sido., segundo Alcir Pécora, tem como o ―imperativo ético, exclusivamente, de não se furtar ao desengano da vida em face da iminência da morte16.‖ O ponto final desse imperativo é o poema ―Mula de Deus‖, uma animalização do poeta, do poeta-mula, ou mais especificamente em Estar Sendo.

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