Abstract

Pretendemos, neste artigo, analisar discursivamente algumas materialidades, as quais constituem séries enunciativas do Humaniza Redes, nos diversos espaços de visibilidade da web. A fim de ancorar essa análise, buscamos respaldo nas teorizações de Foucault acerca do discurso, do saber e do biopoder/biopolíticas. Importa-nos pensar, a partir dessa série enunciativa, determinados sentidos que apontam para o funcionamento de estratégias biopolíticas, na medida em que o movimento em foco se propõe a disseminar o respeito e dirimir a agressão aos direitos humanos e, conforme acrescentamos, à vida dos sujeitos.

Highlights

  • Topics that constitute the enunciation of Humanizing Networks in the various visibility areas of the WEB are discursively analyzed

  • Refletindo a questão da biopolítica, com base nas teorizações foucaultianas, tencionamos, neste texto, analisar discursivamente alguns enunciados do movimento Humaniza Redes, buscando, sobretudo, considerá-lo como uma estratégia biopolítica contemporânea, pois visa a manter a qualidade de vida e a integridade do sujeito internauta, de modo a perpassar pelo cerne dos direitos humanos e toda a significação que essa prática apresenta, como um dispositivo de proteção à vida

  • O pensamento, a pessoa (Luís Lima, trad.)

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Summary

Sobre o biopoder e as biopolíticas

De acordo com a leitura de Duarte (2008), a noções foucaultianas de biopoder e biopolítica configuram-se em conceitos que instigam a formação de novos problemas e campos de investigação. Por outro lado, não se resume apenas à manutenção da vida, mas, sobretudo, incita à produtividade dos sujeitos, levando em consideração que o aparecimento das biopolíticas coincide com o desenvolvimento do capitalismo industrial. Assiste-se, na sociedade de controle, à pulverização desses poderes em redes flexíveis e flutuantes, que, em função do consumo, por exemplo, fazem esgarçar a supremacia do poder estatal, na medida em que redistribui o foco de atuação das biopolíticas. Reiteramos, contudo, que essa multiplicação de forças e de tecnologias de poder definitivamente não suplanta os esforços biopolíticos empreendidos pelo Estado, haja vista que a análise a seguir esboçada recobre um corpus formado a partir de materialidades inscritas no âmbito da atuação dessas estratégias de poder oriundas do Estado. No caso do Humaniza Redes, é possível observar uma variedade de agentes (Ongs, órgãos internacionais e nacionais, como a UNESCO e a OAB) envolvidos, que não se concentram somente na figura do Estado, o que nos permite depreender que a atuação de mecanismos biopolíticos, nos dias de hoje, encontra-se pulverizada em diversos setores da sociedade

Humaniza Redes em discurso
Considerações finais

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