Abstract

Neste ensaio buscamos, a partir da trajetória intelectual de Karl Marx, contrapor a posição hegemônica em relação à interdisciplinaridade, segundo a qual, esta de pende da formação de coletivos para realizar-se. Posicionamo-nos na direção de que é possível ser interdisciplinar e desenvolver pesquisas desse teor, na condição de indivíduo, desde que haja opção de engajamento e comprometimento com a perspectiva omnilateral. Essa possibilidade, contudo, choca-se com a organização institucional e curricular predominantes atualmente, as quais primam pela fragmentação, pela disciplinaridade. Essa constatação, no entanto, não deve servir de álibi para que não confrontemos a situação hegemônica atual da produção do conhecimento e das diversas formas de engajamento, simplesmente porque a perspectiva sistêmica é disciplinar. Nesse sentido é que se torna pedagógico resgatar aspectos da trajetória da formação e da práxis marxiana a fim de visualizar alternativas às posições predominantes atualmente, seja a de priorizar as disciplinas, seja a de preconizar como (pré)condição a constituição de grupos, do coletivo, para pensarmos em desencadear processos formativos e ações ou praxis interdisciplinares. Pensar na formação de sujeitos-pesquisantes e coletivos, a partir do somatório de especialistas disciplinares, na perspectiva aqui esboçada, seria um atentado ao conceito de interdisciplinaridade..

Highlights

  • In this essay, we used the intellectual trajectory of Karl Marx to counter the hegemonic position concerning interdisciplinarity, which states that interdisciplinarity depends on the education of collectives

  • Em sua práxis formativa, Marx compreende a necessidade de abarcar conhecimentos de outras áreas no intuito de ir para além da economia política, quando admite suas limitações teóricas em uma carta a Engels, datada de 11 de janeiro de 1858, comentando sobre a condição de seus estudos naquele momento: “Na elaboração dos princípios econômicos, fiquei tão abominavelmente retido por erros de cálculo, que, desesperado, comecei de novo a percorrer a álgebra” (Gerdes, 2008, p. 16)

  • Uma práxis formativa, como aquela que demonstramos estar presente na formação histórica de Marx, é, de fato, um dos elementos constituintes de um processo de desenvolvimento omnilateral, que relaciona as diversas áreas do conhecimento não a partir de uma ciência em particular, mas pressupondo as determinações que incidem sobre o objeto pesquisado

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Summary

Introduction

We used the intellectual trajectory of Karl Marx to counter the hegemonic position concerning interdisciplinarity, which states that interdisciplinarity depends on the education of collectives.

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