Abstract

Analisar semelhanças entre a arte de Frans Krajcberg (1921) e a de Hélio Oiticica (1937-1980) pode parecer, à primeira vista, pouco usual. A aproximação, no entanto, da produção destes artistas permite encontrar obras estreitamente ligadas a questões da produção e representação de identidade da paisagem. Ambos, a partir da década de 1960, passam a trabalhar diretamente em paisagens até então à margem dos debates da arte: aquelas dos desmatamentos e das favelas, abrindo fronteiras para refletir, por meio da arte, um Brasil além do tropical. Sendo consideradas as singularidades de suas poéticas, os artistas compartilham o fato de terem participado da expansão do campo artístico brasileiro apropriando-se de objetos e materiais não tradicionais, além de terem se alinhado com posturas políticas que se tornariam visíveis em suas obras. Tal expansão, que abarca o cotidiano e alcança dimensões políticas, resultou em interagir com a paisagem. Também apresentam em comum o fato de trabalhar e conceber suas obras a partir dos significados e das configurações da paisagem, valendo-se dos elementos naturais e culturais que a constituem, assim como refletem sobre a “maneira de olhar” própria que a origina. Sobretudo, são parcelas significativas das obras destes artistas – em diferentes linguagens – que traduzem intensamente suas vivências na paisagem.

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