Abstract

Este artigo apresenta resultados de pesquisa sobre a formação política de rappers ativistas no Brasil. Rappers são compositores e cantores do gênero musical rap, um dos quatro elementos do hip-hop, movimento artístico-cultural surgido no gueto novaiorquino na década de 1970. Não raramente esses artistas extrapolam as fronteiras da música e se dedicam a atividades assistenciais, culturais e políticas direcionadas às populações de seus bairros e da periferia urbana de modo geral. Considerando que esses sujeitos, em geral, vivem em precárias condições socioeconômicas, têm conturbadas histórias de vida e contam com níveis de escolaridade baixos e medianos, cabe investigar o modo pelo qual se formam politicamente. Sustenta-se, aqui, a existência de uma dinâmica autoeducativa no âmbito do movimento hip-hop. Processo que contribuiria decisivamente para a educação política de rappers, uma vez que estes localizam a) na audição da música rap, b) na composição do seu próprio rap e c) nas vivências no interior do movimento hip-hop momentos-chave da constituição de sua visão de mundo. Produções musicais e atividades político-culturais promoveriam, assim, momentos significativos de reflexão sobre a condição social de negros e pobres no Brasil. Mediante pesquisa etnográfica, foram reunidos materiais oriundos de entrevistas individuais, diálogos informais, letras musicais e observação de atividades e situações que tiveram a participação de rappers ativistas da cidade de Marília-SP. Letras musicais e entrevistas registradas em sites, revistas e documentários também compuseram um conjunto de informações sobre o ativismo e a formação política de rappers de outras cidades e regiões brasileiras.

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