Abstract
A proposta deste artigo é apresentar e discutir aspetos do processo de criação do trabalho cénico Folharal, de Emyle Daltro, com banda sonora de Bruno Esteves. Folharal – bicho, gente, planta, solo, sons, cheiros, memórias... – agencia processos de (re/de)composição. A artista da dança e o músico, em cena, experimentam inventar dança, música e enredos com folhas, investigando movimentos, estados de presença, sonoridades, sensações, imagens, e estabelecendo conexões com a infância. Este processo de criação e pesquisa conecta-se, de modo sensível, à terra e a modos de vida não hegemónicos e não/humanos. Folhas secas atuam promovendo transformações e possibilitando o encontro com alteridades. A discussão que o texto apresenta refere-se, principalmente, à composição em dança com não/humanos, tecida com o uso de regimes de atenção que favorecem o aflorar dos sentidos do corpo, acionando memórias-húmus. Evidencia procedimentos metodológicos dessa prática artística que podem ser pensados e articulados como métodos na pesquisa académica em artes – pesquisa artística –, levando em conta seriamente a experiência da performer como pesquisadora e criadora. Está em questão também o modo como Folharal não representa o conto chamado O Bicho Folharal, mas agencia as suas sociomaterialidades e intensidades, bem como o que estas produzem em termos de imagens e sensações para criar tramas e corpos em movimentos expressivos e cenas, fazendo com que histórias e memórias humanas e não/humanas se tornem ativadoras de produção corpórea, artística e académica.
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