Abstract

O presente artigo explora os vínculos entre festa, identidade e resistência, baseando-se na trajetória do quilombo pernambucano de Conceição das Crioulas e a partir do conceito de fronteira – aqui entendido como um instável espaço intersticial de encontro e articulação. Através da discussão de três aspetos – a festa de Sábado de Aleluia, a novena de Nossa Senhora da Assunção e a comemoração abrangente dedicada à santa – busca identificar fenômenos tipicamente fronteiriços, em termos intra e interculturais, sinalizando para o papel da festa para a manutenção dos elos identitários e para a negociação e afirmação perante o «outro». No primeiro momento, discute-se a fluidez do espaço fronteiriço através da celebração de Semana Santa realizada na exata fronteira geográfica que divide o território quilombola e o território indígena Atikum, de quem a comunidade é vizinha. No segundo momento, analisa-se a cerimôniade passagem de testemunho realizada nas noites de novena de Nossa Senhora da Assunção, quando cada subgrupo que compõe o quilombo reafirma seu pertencimento a Conceição das Crioulas. No terceiro momento, é discutido o papel da celebração de Nossa Senhora da Assunção perante o «outro» externo à comunidade, explorando-se desde as origens do protagonismo dos quilombolas sobre a festa até as suas grandes dimensões atuais, de maneira a reunir uma variada gama de atores.

Highlights

  • This paper analyzes the links between feast, identity and resistance, based on the black community of Conceição das Crioulas

  • The theoretical approach is based in the border studies – which analyze spaces inbetween – to discuss three aspects: the Holy Saturday, the ceremony of Nossa Senhora da Assunção and the wide celebration dedicated to this saint

  • I discuss about the fluidity of the border space through the celebration of Holy Week held in the exact geographical border that divides the black territory and the neighboring indigenous territory

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Summary

Introduction

This paper analyzes the links between feast, identity and resistance, based on the black community of Conceição das Crioulas. A partir desta perspetiva, a festa de Nossa Senhora da Assunção, principal celebração de Conceição das Crioulas, pode ser entendida como um espaço fronteiriço que, em termos intraculturais, resulta na produção de determinada identidade e, em termos interculturais, promove a afirmação desta identidade produzida perante o outro.

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