Abstract

A acuidade de se obter o conhecimento da diversidade de abelhas nativas de um determinado local e suas inter-relações com o ecossistema são inúmeras, afinal, além de serem os maiores polinizadores e responsáveis pelo desenvolvimento das plantas existentes do meio ambiente, também se destacam pelo seu valor econômico e sociocultural. Objetivou-se registrar o etnoconhecimento sobre abelhas sem ferrão pelos moradores da comunidade José Gomes, município de Cabeceiras do Piauí, Piauí. Os dados foram levantados por meio de entrevistas semiestruturadas aplicadas a 43 atores locais, sendo 39 homens e quatro mulheres. Os meliponíneos foram capturados por meio de rede entomológica e vasilhames, e encaminhados para identificação. Foram coletados 124 espécimes, distribuídos em seis gêneros e 13 espécies de abelhas sem ferrão. Das espécies amostradas, as mais abundantes foram Scaptotrigona sp. (n=25), Trigona sp. (n=17), Tetragona sp. (n=14), Trigona spinipes (n=13) e Partamona ailyae (n=10). O índice de Shannon-Wiener (H’) foi utilizado para estimar a diversidade de abelhas sem ferrão, que foi de H’=1,02. Constatou-se que os moradores percebem e reconhecem a diversidade de meliponíneos existentes na área estudada, não obstante é necessário que se estabeleça maior divulgação sobre a importância do papel desses insetos para a conservação do ecossistema, aprimorado por meio de uma intensificada educação ambiental, principalmente no que concerne a conservação das abelhas sem ferrão e das plantas melitófilas.

Highlights

  • A biodiversidade de abelhas no planeta é elevada, já sendo descritas cerca de 20.000 espécies (SILVA et al, 2014), em que a maioria tem hábito solitário e, aproximadamente, 1.000 são sociais

  • A importância das abelhas nativas é reconhecidamente alta para o meio ambiente, uma vez que são consideradas polinizadoras eficazes de 30% a 80% das culturas silvestres e agrícolas (KERR et al, 2001)

  • Etnoespécies identificadas pelos moradores da comunidade José Gomes, Cabeceiras do Piauí, Piauí conforme comportamento e morfologia das abelhas sem ferrão

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Summary

Márcio Luciano Pereira Batista et al MATERIAL E MÉTODOS

A biodiversidade de abelhas no planeta é elevada, já sendo descritas cerca de 20.000 espécies (SILVA et al, 2014), em que a maioria tem hábito solitário e, aproximadamente, 1.000 são sociais. Pressupõe-se que os moradores da comunidade José Gomes detêm conhecimento acurado a respeito das espécies de abelhas nativas existentes, integrando desde os aspectos da ecologia e taxonomia, aos diversos aspectos utilitários e etológicos, devido a convivência entre as várias gerações no local e pela exploração no uso dos produtos gerados. Objetivou-se relatar o etnoconhecimento da população e a diversidade de abelhas sem ferrão da comunidade de José Gomes, município de Cabeceiras do Piauí, Piauí. Área de Estudo O estudo foi realizado na comunidade José Gomes (4o27’34,7” S e 42o20’58” W), município de Cabeceiras do Piauí, mesorregião Norte Piauiense e microrregião do Baixo Parnaíba Piauiense (Figura 1). Coleta e Análise dos Dados Os meliponíneos foram coletados na vegetação do entorno da comunidade, com a ajuda de 14 “especialistas locais” que detinham conhecimento acerca das abelhas sem ferrão, no momento da realização das turnês-guiadas (BERNARD, 2017).

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Findings
Macho Fêmea
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