Abstract

Este artigo, a partir de um ponto de vista semântico, analisa o item lexical 'negócio' usado em diferentes contextos no Português Brasileiro, desde os mais formais até os mais informais. Analisam-se as características do item, utilizando o conceito de ambiguidade. Tal fenômeno diz respeito à capacidade múltipla de significado que uma mesma palavra pode ter em determinados contextos. Mais especificamente, o estudo procura esclarecer se a ambiguidade lexical da palavra negócio é gerada por polissemia e/ou homonímia, dois tipos particulares de ambiguidade. As principais concepções teóricas são de Ilari e Geraldi (1987), Ilari (2002), Cambrussi e Poll (2015), Ferraz (2014), Pustejovsky, (1995) e Lyons (1977). Após análises, verificou-se que a palavra 'negócio' pode tanto apresentar usos em que apresenta ambiguidade por polissemia quanto ambiguidade por homonímia. Até onde se pode verificar, esse tipo de análise de 'negócio' é inédito na literatura linguística.

Highlights

  • Resumo: Este artigo, a partir de um ponto de vista semântico, analisa o item lexical “negócio” usado em diferentes contextos no Português Brasileiro, desde os mais formais até os mais informais

  • Um dos tópicos que mais intriga os linguistas, sobretudo os semanticistas, é o fato de muitas das palavras das línguas naturais possuírem mais de um significado e, ainda assim, os falantes nativos saberem utilizar tais itens nos contextos adequados

  • Para que a pergunta reflita os achados semânticos descritos neste artigo, seria melhor se a reescrevêssemos como: Então, afinal, esse “negócio” é polissemia e homonímia?

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Summary

ALGUMAS PALAVRAS SOBRE AMBIGUIDADE

Um dos primeiros a falar sobre ambiguidade foi Aristóteles (1996) ao dizer que há um número finito de nomes e um número infinito de coisas, definições, etc., o que, resulta, segundo ele, em ambiguidades. Considere a palavra “banco” na sentença abaixo que exemplifica a ambiguidade lexical:. Vemos que (i) o elemento que gera ambiguidade é o item “banco”; (ii) há, no mínimo dois significados para a palavra e, por isso, duas leituras para a sentença em (3), as quais podem ser parafraseadas como (4) e (5):. Em (3) temos um exemplo de ambiguidade lexical em que um único item lexical é responsável pela multiplicidade de leituras da sentença. Weinreich (1964) caracteriza a homonímia como um tipo de ambiguidade contrastiva, em que há dois ou mais sentidos distintos que não apresentam relação de significado entre si; a polissemia, por sua vez, é um tipo de ambiguidade complementar, i.e., um item lexical apresenta sentidos relacionados entre si. Todos esses aspectos serão mais bem tratados nas seções seguintes

AMBIGUIDADE POR POLISSEMIA
AMBIGUIDADE POR HOMONÍMIA
MÉTODO E CORPUS DA PESQUISA
DISCUSSÃO SOBRE “NEGÓCIO” E OS TIPOS DE AMBIGUIDADE
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