Abstract

O presente artigo tem como objetivo discutir a concepção da utopia de linguagem em Roland Barthes, bem como sua relação com a noção de Grau zero e Neutro, noções que fazem referência a fenômenos linguísticos que rompem com a estrutura paradigmática e binária da língua. Para tanto, a reflexão sobre a utopia da linguagem em Roland Barthes busca compreender em que medida o autor francês entende forma como valor, vinculando a seu projeto estético uma dimensão ética e política. Nesse percurso, discute-se como Barthes compreende a utopia da linguagem enquanto possibilidade de resistência ao caráter fascista da língua em O grau zero da escrita, O prazer do texto, O rumor da língua, O neutro e Aula. Além disso, comenta-se as relações de sentido possíveis feitas entre O grau zero da escritura e O neutro à luz de comentadores da obra barthesiana que estudam a concepção de linguagem proposta por Barthes, a saber: Jean-Claude Milner, Bernard Comment, Rodrigo Fontanari e Leda Tenório da Mota.

Highlights

  • RESUMO O presente artigo tem como objetivo discutir a concepção da utopia de linguagem em Roland Barthes, bem como sua relação com a noção de Grau zero e Neutro, noções que fazem referência a fenômenos linguísticos que rompem com a estrutura paradigmática e binária da língua

  • Language proposed by Barthes are commented: Jean-Claude Milner, Bernard Comment, Rodrigo Fontanari and Leda Tenório da Mota

  • Percorre-se a trajetória ensaística barthesiana a fim de compreender em que medida Barthes pensa a faceta utópica da literatura como ponto de fuga para onde converge a maior parte de suas reflexões acerca da linguagem

Read more

Summary

Introdução

O presente artigo tem como objetivo compreender a concepção de utopia da linguagem em Roland Barthes, traçando a hipótese de possível convergência entre o conceito de grau zero e o neutro barthesiano. Busca-se refletir sobre as relações possíveis entre a concepção de linguagem de Barthes e as formulações teóricas de Jean-Claude Milner, Bernad Comment, Jacques Rancière, Rodrigo Fontanari e Leda Tenório da Mota, respectivamente. Percorre-se a trajetória ensaística barthesiana a fim de compreender em que medida Barthes pensa a faceta utópica da literatura como ponto de fuga para onde converge a maior parte de suas reflexões acerca da linguagem. Procura-se explorar a relação entre o Neutro e as formulações de Milner a fim de entender de que modo o conceito de neutro designa fenômenos que fogem à lógica cartesiana e rompem com a estrutura paradigmática e dicotômica da língua. Pode ser entendida como “o encontro da letra órfã que pode ser apropriada pelo pobre e pelo anônimo no momento do encontro fulminante com fragmentos do infinito”. (RANCIÈRE, 1955)

O grau zero da escritura
A utopia da linguagem
Elementos de semiologia
O neutro
O passo filosófico de Roland Barthes
O neutro por vir
A moral da forma
Full Text
Paper version not known

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call

Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.