Abstract

Este artigo pretende analisar a elaboração ficcional da violência homossexual presente em O fim de Eddy e História da violência, de Édouard Louis, a partir de duas vertentes. Inicialmente, averígua-se a possibilidade da ambivalência das significações dadas à nomeação do narrador de O fim de Eddy se constituir como a base da violência verbal e física sofrida por ele na infância. Em seguida, a partir da enunciação híbrida que se faz entre o narrador e a sua irmã Clara em História da violência, acompanha-se a passagem da violência vivida nas duas obras para a sua transcrição em texto literário como a derivação de um movimento de escrita que retoma pela voz do feminino as ações violentas do comportamento masculino. Como base teórica deste estudo, o pensamento de Maurice Blanchot, de Gilles Deleuze, de Roland Barthes e de Hélène Cixous se farão presentes.

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