Abstract

Embora o envolvimento de mulheres nas revoluções africanas, especialmente na Argélia, seja um fato reconhecido no curso da história (Bedjaoui, 2020), ao observar filmes produzidos no contexto africano que buscam a reconstituição de tais acontecimentos, é possível perceber ausências quanto ao modo como essa participação feminina foi representada. Logo, no presente trabalho propomos uma abordagem em torno dos filmes La Nouba des femmes du Mont Chenoua (1975- 1977) e La Zerda, les chants de l’oubli (1978-1982), realizados pela cineasta argelina Assia Djebar (1936-2015), partindo da hipótese de que tais produções além de permitirem outros modos de representação das mulheres na revolução argelina, também convidam a uma outra compreensão da narrativa histórica ao se apropriar de elementos das tradições orais como recurso retórico da narrativa fílmica (Soulez, 2011). Um processo que tem início na valorização de contos e cantos como fontes inspiradoras na composição da narrativa fílmica e que, por meio da análise, oferece possíveis contribuições sobre a forma como pensamos a oralidade nos cinemas africanos, de modo geral, e de modo específico, sobre o potencial da voz (Chion, 1992; Châteauvert, 1996), especialmente feminina, em acionar memórias, por meio da narrativa fílmica em favor da revisão de fatos históricos.

Full Text
Paper version not known

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call

Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.