Abstract
Plantas do gênero Ipomoea são conhecidas por ocasionarem intoxicações letais a animais de produção. Porém, pouco se sabe sobre os efeitos de suas toxinas em invertebrados de importância médico-veterinária e forense. Esta pesquisa visou analisar o efeito do extrato aquoso em diferentes concentrações de Ipomoea carnea subsp. fistulosa sobre o tempo de desenvolvimento larval e corporal de imaturos de Chrysomya albiceps (Wiedemann, 1819), uma espécie de importância forense no Brasil. Larvas L1 de C. albiceps foram submetidas a três tratamentos: controle (apenas carne moída), 40 mL (40 mL de extrato de I. carnea subsp. fistulosa para 80 g de carne moída) e 80 mL (80 mL de extrato de I. carnea subsp. fistulosa para 80 g de carne moída). Os tempos de desenvolvimento larval até a fase de pupa foram estatisticamente maiores nos tratamentos de 40 e 80 mL, respectivamente, em relação ao controle. Foi observada também diferença significativa no comprimento total das larvas do controle com os demais tratamentos. Os resultados indicam que o contato com as toxinas presentes em I. carnea subsp. fistulosa retarda o desenvolvimento de larvas de C. albiceps.
Highlights
Plantas do gênero Ipomoea, pertencentes à família Convolvulaceae, são nativas da América tropical, com ocorrência nas regiões da América do Sul e Central
The results suggest that the toxins present in I. carnea subsp. fistulosa slow the development of C. albiceps larvae
Uma dessas alternativas é a entomotoxicologia, que detecta a presença de drogas, toxinas e os efeitos destas sobre o desenvolvimento de imaturos de Diptera e Coleoptera em cadáveres (THYSSEN; GRELLA, 2011)
Summary
Os espécimes de C. albiceps foram coletados no terreno da Universidade Federal do Pará, campus de Soure (UFPA – Soure), localizado no município de Soure, Ilha de Marajó, Pará, Brasil. Foram utilizadas cinco armadilhas de fabricação caseira segundo o modelo proposto por Amat (2010). Utilizou-se como atrativo para as moscas em cada armadilha 50 g de carne moída já em decomposição misturada com água filtrada para evitar o ressecamento. Os exemplares foram submetidos a baixas temperaturas (-20°C durante 40 segundos) para que o metabolismo dos espécimes reduzisse sua atividade e fosse possível manuseá-los, para que ocorresse de forma tranquila a triagem e identificação dos espécimes que foram usados no estudo. Após a triagem e identificação dos exemplares, eles foram transferidos para gaiolas com as dimensões (30 x 30 x 50 cm) contendo uma tela protetora, onde foram alimentados com solução açucarada e água para estimular o folículo ovariano das fêmeas. As gaiolas contendo as moscas ficaram em um galpão protegidas da chuva e de forte exposição solar, porém ficaram expostas a todas as fotofases e variações climáticas diárias
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