Abstract
Este artigo estima para o mercado brasileiro o modelo multifatorial proposto por Fama e French (2015, 2016) e provê um detalhamento de cinco anomalias: beta, emissão líquida de ações, momento, volatilidade e accruals. Os resultados apontam que a inclusão do fator rentabilidade proposto no modelo de Fama e French (2015) tem papel crucial na redução da magnitude dos interceptos médios e da estatística GRS para todos os portfólios tamanho-anomalia considerados no artigo. Consistente com a evidência internacional, os resultados indicam, dentre outras coisas, que (i) empresas que recompram ações apresentam maiores retornos e são mais conservadoras em termos de investimento, (ii) firmas com menor volatilidade apresentaram maiores retornos, são menos sensíveis aos retornos do mercado e tem carga positiva no fator tamanho, (iii) firmas menores são mais agressivas em termos de investimento e menos rentáveis, (iv) alto beta esteve associado a maiores retornos somente entre firmas menores e (v) retornos médios de empresas com altos accruals superaram retornos médios de empresas com baixos accruals.
Highlights
De acordo com a teoria de apreçamento de ativos baseada no modelo CAPM, alguns padrões nos retornos das ações podem ser considerados “anomalias”, pois são inconsistentes por este modelo
Segundo Schwert (2003), são entendidas como resultados empíricos que apontam a existência de ineficiências do mercado ou inadequações dos modelos que se propõem a apreçar ativos
Os resultados apontam que (i) portfólios de empresas vencedoras geraram retornos diários maiores para todo o período analisado com menor desvio-padrão quando comparados com os de empresas perdedoras; (ii) retornos de empresas que recompram ações foram maiores quando comparados com os retornos de empresas neutras e que emitem ações; (iii) empresas com menor volatilidade apresentaram maiores retornos quando comparadas com empresas com maior volatilidade; (iv) alto beta se traduziu em maiores retornos apenas para empresas pequenas; e (v) retornos médios de empresas com altos accruals superaram retornos médios de empresas com baixos accruals
Summary
De acordo com a teoria de apreçamento de ativos baseada no modelo CAPM, alguns padrões nos retornos das ações podem ser considerados “anomalias”, pois são inconsistentes (não explicados) por este modelo. A adição dos fatores rentabilidade e investimento no modelo de apreçamento descrito pela equação (1) é motivada pelo modelo de dividendo descontado proposto por Miller e Modigliani (1961). A partir das derivações de Fama e French (2006) do modelo de Miller e Modigliani (1961) é possível afirmar que rentabilidade esperada (mensurada através dos lucros esperados) e investimento esperado (mensurado através da mudança no valor contábil de uma ação), representam variáveis que podem explicar os retornos esperados de uma ação. Esse é um resultado interessante, pois permite ao investidor que adota estratégias de valor (investimento em empresas com alto índice B/M), por exemplo, montar estratégias de hedge para seus portfólios, pois estratégias de valor e rentabilidade são negativamente correlacionadas. Merece também destaque alguns trabalhos anteriores que estudam o comportamento de fatores de risco do modelo descrito pela equação (1) para o mercado brasileiro. Os resultados encontrados confirmam a hipótese de que apenas o B/M mais recente é relevante para explicar os retornos
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