Abstract
A francesa Séraphine Louis (1864-1942), também conhecida como Séraphine de Senlis, foi descoberta no ano de 1912 pelo marchand alemão Wilhelm Uhde, em uma conjuntura artística marcada pelo crescente interesse pela arte do inconsciente, produzida, sobretudo, por internos de hospitais psiquiátricos. Séraphine, mulher pobre e pintora autodidata, diagnosticada como pessoa com psicose, após experiências delirantes e alucinatórias nas quais vozes angelicais a encorajavam a pintar como um modo de glorificar a Deus, realizou diversas pinturas, geralmente, sobre temas como árvores, folhas, frutos e flores, dentro de um estilo designado como “primitivo moderno”, em geral fazendo uso de materiais precários e artesanais. No ínterim deste ensaio, mostraremos como as experiências místicas, delirantes e criativas vividas por Séraphine se mesclaram a um esforço inconsciente de superação de suas próprias limitações. Assim, propomos cruzar alguns dados biográficos da artista à sua poética e a breves informações sobre a psicose, transtorno mental com o qual foi diagnosticada, marcado, sobretudo, pela cisão entre as realidades interior e exterior do sujeito delirante.
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