Abstract
Será que algum dia as máquinas poderão tomar nosso lugar na criação de arte e, particularmente, de música? Os excelentes resultados de algumas Ias1 conhecidas (por exemplo, EMI2, Flow Machines3) podem nos fazer acreditar que sim. Entretanto, apesar dessas evidências, parece que as máquinas apresentam alguns limites intrínsecos, tanto em contextos criativos quanto não criativos (já destacados por John Searle e pelo debate sobre mecanismo). Os argumentos deste artigo estão centrados exatamente nessa crença: estamos convencidos de que as afirmações utópicas sobre a inteligência total das máquinas não são plausíveis e que nossa atenção deve ser direcionada para questões mais relevantes no campo da criatividade computacional. Em particular, concentramos nossa atenção no que chamamos de "questão do corpo", ou seja, o papel do corpo na experiência e na criação de música, que consideramos problemático para a ideia de uma máquina verdadeiramente criativa (mesmo se levarmos em consideração versões mais fracas da inteligência artificial). Nosso argumento baseia-se em descobertas contemporâneas da neurociência (especialmente sobre cognição incorporada) e nas teorias de Maurice Merleau-Ponty e Roland Barthes.
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