Abstract
O presente artigo descreve pesquisa que teve como objetivo identificar semelhanças e diferenças de características entre empreendedores em incubadoras de empresas no Brasil e em Portugal. Os fundamentos analíticos utilizados para as comparações foram os modelos de dimensões culturais de Hofstede e de orientação empreendedora de Lumpkim e Dess (1996). No emprego destes dois modelos se fez uso de um questionário, que foi aplicado aos empreendedores desses dois países e que se constituiu em um expressivo trabalho de campo, imprescindível para se alcançar os objetivos propostos. Os resultados da pesquisa mostraram que existem diferenças especialmente nas dimensões de distância do poder e aversão à incerteza, ambas superiores no Brasil. A orientação empreendedora também se revelou mais elevada no Brasil do que em Portugal, destacando-se as dimensões de propensão para o risco e a para a competitividade agressiva. Os empreendedores brasileiros, curiosamente, revelam maior rejeição a incertezas futuras; mas, concomitantemente, demonstram maior propensão para assumir riscos e se expor a incertezas, desde que remunerados como forma de compensação por essa exposição.
Highlights
Cultura e Orientação Empreendedora: uma Pesquisa Comparativa entre Empreendedores em Incubadoras no Brasil e em Portugal
Embora empreender pareça ser um desejo comum em todos os povos, em maior ou menor grau, o nível de atividade empreendedora de um país está sujeito a diversos fatores determinantes, entre os quais as suas características culturais, que exercem influência direta
A quinta e última dimensão característica dos empreendedores é o comportamento que se traduz por competitividade agressiva e está relacionado à disputa com os rivais por posições e parcelas de mercado e é de crucial importância para o sucesso e sobrevivência do empreendedor no seu mercado de atuação
Summary
A função da atividade empreendedora e sua importância econômica foram percebidas primeiramente por J. Para este autor que é mais recente, está também bastante clara a importância da inovação e da identificação de oportunidades para os empreendedores. Para Hayton, George e Zahra (2002), a grande maioria das pesquisas que relacionam empreendedorismo, incluindo as características individuais dos empreendedores, com as características culturais de um país, se utilizam basicamente do modelo de conceituação de culturas nacionais elaborado por Hofstede. Para Hofstede (2001), a dimensão masculino ou feminino diz respeito a quanto uma sociedade tende a valorizar predominantemente o papel masculino dos indivíduos, ou se, pelo contrário, valoriza mais o papel feminino. Nos países em que predominam índices de baixa aversão à incerteza, a sociedade é normalmente mais receptiva a mudanças, bem como maior é a propensão dos indivíduos a assumirem papéis que exijam exposição ao risco. Hofstede chega até mesmo a afirmar que esta correlação é tão forte que, para os países com maioria católica, esta dimensão é geralmente a que apresenta o escore mais elevado
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