Abstract

Cora Coralina (1889-1985), poeta e contista, possui uma obra rica em representações sobre o cotidiano do interior brasileiro. Ao escrever sobre os becos e ruas da Cidade de Goiás (GO), a autora foi construindo uma narrativa sobre a própria vida, com versos carregados de um sentimento topofílico. Tendo também trabalhado como doceira por muitos anos, a autora retrata em alguns dos seus textos a questão alimentar com a mesma afetividade. A partir desse contexto, o presente trabalho apoia-se em nove poemas da escritora, com o objetivo de abordar a geopoética dos versos de Cora Coralina, percorrendo por lugares da/na poesia da autora, assim como a descrição dos sabores presentes em sua escrita.

Highlights

  • Cora Coralina (1889-1985), poet and short story writer, has a body of work that has a substantial representation of the everyday life of Brazilian interior

  • Representações sociais do rural na poética de Cora Coralina

  • GRATÃO, Lúcia Helena Batista; MARANDOLA JÚNIOR, Eduardo

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Summary

INTRODUÇÃO

Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas (1889-1985), mais conhecida sob seu pseudônimo Cora Coralina (que nas palavras da mesma significa ‘Coração Vermelho’), foi uma importante poeta e contista brasileira. Ao descrever os becos e ruas históricas de Goiás, Cora Coralina evoca uma geografia pessoal, que mesmo sendo um retrato da cidade de tantos outros, é, principalmente, um olhar particular, um registro dos lugares que lhe marcaram e foram palco de seus 96 anos de vida. Tanto em O cântico da Terra quanto em A gleba me transfigura há uma sobreposição entre a representação da mulher e a terra fértil, que igualmente geram a vida: “Em mim a planta renasce e floresce, sementeia e sobrevive / Sou a espiga e o grão fecundo que retornam à terra” A geograficidade em sua poesia se escancara nessa relação concreta que nos liga à Terra (DARDEL, 2015), com a poeta colocando seus versos e a si mesma como elementos da natureza – a abelha, o cheiro do mato, o canto dos pássaros. Um cenário também presente na descrição dos sabores que marcaram suas memórias

OS VERSOS POR MÃOS DOCEIRAS: A QUESTÃO ALIMENTAR NA POESIA DE CORA CORALINA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS

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