Abstract
Objetiva-se caracterizar o contexto clínico-epidemiológico dos casos de hanseníase notificados no município de Governador Valadares (GV) entre 2015 e 2019. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico no qual foram analisadas variáveis sociodemográficas (sexo, faixa etária e escolaridade) e variáveis clínicas (forma clínica, classificação operacional, número de lesões, presença de incapacidade e tipo de saída). Resultados: Entre os 387 casos notificados, 52,1% eram do sexo masculino, 26,6% apresentavam idade ≥65 anos e 22,9% possuíam da 1ª a 4ª série do ensino fundamental incompleta. Com relação às variáveis clínicas, 42,8% foram classificados como dimorfos e 56,3% como multibacilares. Além disso, foi possível identificar que a maior parte apresentava 5 ou mais lesões (43,4%) e grau de incapacidade zero (71,3%). Observou-se ainda correlação entre ser do sexo masculino e apresentar forma virchowiana (*p=0,0001), multibacilar (*p=0,0004), possuir 5 ou mais lesões (*p=0,0008) e desenvolver incapacidade de grau 2 (*p=0,002). Por outro lado, houve correlação entre ser do sexo feminino e forma tuberculóide (*p=0,001) e o surgimento de somente 1 lesão (*p=0,002). Torna-se importante ressaltar que os percentuais de cura permaneceram acima de 90%. Considerações finais: A hanseníase é uma doença de impacto em GV, fato que torna imprescindível o diagnóstico precoce e a prevenção por meio de medidas de educação em saúde.
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