Abstract

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) representam as principais causas de internações hospitalares, geram impactos socioeconômicos e comprometimento da qualidade de vida em virtude de suas sequelas e incapacidades, justificando a importância e necessidade crescente de associação dos cuidados paliativos ao tratamento curativo. Esta revisão narrativa visa apresentar os consensos e dissensos sobre a indicação e a continuidade da terapia nutricional enteral (TNE) nos cuidados paliativos de pacientes com DCNT. Embasou-se em publicações oficiais sobre o tema e 15 artigos divulgados nas bases de dados: LILACS, SciELO, PubMed, MEDLINE, Cochrane Library e Science Direct, entre os anos de 2005 e 2016. Os objetivos do suporte nutricional nos cuidados paliativos desses pacientes variam com a evolução da doença. O suplemento nutricional oral é indicado para complementar a ingestão alimentar oral insuficiente, reduzindo custos hospitalares e favorecendo melhoras clínicas e funcionais. Na ingestão alimentar menor do que 60% e sem previsão de evolução, é indicada a TNE dentro dos três primeiros dias, mas sua continuidade em doenças avançadas permanece controversa. Na fase terminal, prioriza-se o conforto, o alívio dos sintomas e não mais a adequação nutricional. Nessa fase, a nutrição e hidratação artificiais podem não ser benéficas. Dessa forma, a nutrição nos cuidados paliativos é individualizada, depende do estágio da doença e visa promover a qualidade de vida. As tomadas de decisão devem envolver a vontade do paciente e de seus familiares, considerando os princípios de autonomia, beneficência, não maleficência e justiça.

Highlights

  • Non-communicable diseases (NCD) are the leading cause of hospital admissions, result in socioeconomic impacts and prejudice on quality of life due to after-effects and disabilities, justifying the importance and the increasing need to associate palliative care with curative treatment

  • Entretanto, sob acompanhamento e orientação individualizada, pacientes com câncer esofágico avançado, inoperável e sem perspectivas de retomada da ingestão oral, podem ser beneficiados com a introdução da gastrostomia endoscópica percutânea (PEG), levando em consideração que a maioria desses indivíduos sofre de disfagia significativa, perda ponderal e desnutrição, muitas vezes agravada pelo tratamento quimio e radioterápico[23]

  • Rev Soc Bras Clin Med. 2008;6(4):[150-5]

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Summary

Arquivos Brasileiros de Ciências da Saúde

Juliana Maura Ferreira de Castro[1], Vera Silvia Frangella[1], Marjorie Terumy Hamada[2]. RESUMO As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) representam as principais causas de internações hospitalares, geram impactos socioeconômicos e comprometimento da qualidade de vida em virtude de suas sequelas e incapacidades, justificando a importância e necessidade crescente de associação dos cuidados paliativos ao tratamento curativo. Esta revisão narrativa visa apresentar os consensos e dissensos sobre a indicação e a continuidade da terapia nutricional enteral (TNE) nos cuidados paliativos de pacientes com DCNT. Os objetivos do suporte nutricional nos cuidados paliativos desses pacientes variam com a evolução da doença. Na ingestão alimentar menor do que 60% e sem previsão de evolução, é indicada a TNE dentro dos três primeiros dias, mas sua continuidade em doenças avançadas permanece controversa. Dessa forma, a nutrição nos cuidados paliativos é individualizada, depende do estágio da doença e visa promover a qualidade de vida.

Terapia nutricional enteral e cuidados paliativos
Terapia nutricional enteral nos cuidados paliativos
Findings
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