Abstract

Analisa em que medida a participação em uma comunidade de prática, estratégia de gestão do conhecimento comumente usada em organizações, pode apoiar o processo de aprendizagem de trabalhadores. Realiza discussão sobre o processo de reestruturação produtiva e seus impactos nas políticas e diretrizes educacionais, o que vem provocando o desenvolvimento de novos modelos de educação e estratégias de capacitação dos trabalhadores em ambientes empresariais. Apresenta conceitos e pilares da gestão do conhecimento, abordando os processos de conversão adotados para transformar conhecimentos individuais em coletivos. Discute, a partir de uma abordagem crítica, conceitos e principais processos de uma comunidade de prática. Busca mapear ações que, em uma perspectiva contra-hegemônica, gerem contrapartidas para o trabalhador que participa desses ambientes de aprendizagem coletiva. Tem como campo empírico uma comunidade de prática do setor de óleo, gás natural e energia, onde, por meio da aplicação de questionários e entrevistas direcionadas aos trabalhadores, procurou-se averiguar quais são os benefícios e vantagens que esses membros adquirem ao participarem de uma comunidade de prática. Conclui que, embora uma comunidade de prática seja desenhada prioritariamente para responder necessidades da organização e proporcionar melhoria e inovação em processos de trabalho, ao se aproximar desse tipo de iniciativa, o trabalhador tem acesso a conhecimentos que não seriam obtidos de outro modo. Conhecimentos esses que, de acordo com a visão dos próprios trabalhadores, podem ser aplicados em outros contextos, gerando novas oportunidades de trabalho, no mesmo setor ou em outras organizações do mesmo ramo de atividade.

Highlights

  • Lastres e Ferraz (1999) afirmam que “O papel crescentemente importante do conhecimento e da informação é apontado como principal característica dos novos sistemas econômicos avançados, transcendendo a importância econômica de outras eras.” (LASTRES; FERRAZ, 1999, p. 39)

  • É sob essa perspectiva que a Teoria do Capital Humano (TCH), resignificada sob a égide das habilidades e competências para a empregabilidade, é retomada pelos teóricos da educação liberal na década de 1990 e toma espaço na agenda das organizações, que passam a investir em estratégias que resultem na formação dos trabalhadores e no compartilhamento e registro dos conhecimentos por eles gerados enquanto realizam seu trabalho

  • Segundo Nonaka e Takeuchi (1997), à medida que os conhecimentos são combinados em sua dimensão epistemológica, é possível elevar os níveis da dimensão ontológica, ou seja, é possível ir do conhecimento individual para o conhecimento de grupo, do conhecimento de grupo para o organizacional e do organizacional para o interorganizacional, sendo esse último nível, aquele que extrapola os limites da organização

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Summary

Introdução

Conhecimento e informação são apontados como os principais recursos dos novos sistemas econômicos. Demanda-se um trabalhador com novas qualificações, situação que traz impactos para os modelos e diretrizes educacionais do país e também para as estratégias de capacitação adotadas pelas empresas que, em um cenário competitivo, precisam investir no desenvolvimento e aprendizagem das pessoas para obter vantagem competitiva, inovação e produtividade. O presente trabalho relata o resultado de pesquisa sobre o uso de comunidades de prática (CoPs) para aprendizagem e desenvolvimento dos trabalhadores nas organizações. Sem se ater somente aos benefícios gerados para as organizações, a pesquisa teve como objetivo principal analisar como as CoPs podem apoiar o processo de aprendizagem, criação e compartilhamento de conhecimento entre os trabalhadores e, mais especificamente, verificar se uma estratégia pensada inicialmente para melhorar os processos produtivos e ampliar a mais valia da empresa, gera também vantagens para os indivíduos que compartilham conhecimentos e experiências com seus pares no ambiente de trabalho. Os questionários foram usados para investigar como os trabalhadores se apropriavam dos conhecimentos compartilhados e se os mesmos eram aplicados para além do ambiente organizacional

Marco teórico
Gestão do conhecimento: perspectiva clássica e visão critica
Comunidades de práticas e Gestão do conhecimento
Metodologia
Análises e resultados
Considerações finais
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