Abstract
Neste artigo, abordamos a representação da cosmogonia afro-brasileira em documentários, considerando aspectos estéticos e políticos da relação entre o cinema e os terreiros. Nosso objetivo é refletir sobre as questões de representação das culturas afro diaspóricas no campo documental, entrelaçadas ao campo teórico das performances culturais, na conformação de uma estética de encruzilhada. Partindo da ideia de cinema como um ponto de intersecção, como cinema de encruzilhada, analisamos a trilogia documental produzida pela Sociedade de Estudos da Cultura Negra no Brasil — SECNEB, no final dos anos 80, composta pelos filmes Orixá Ninu Ilê (Dir. Juana Elbein dos Santos, 1978), Iyá-Mi-Agbá (Dir. Juana Elbein dos Santos 1981) e Egungun (Dir. Carlos Brajsblat, 1982). A trilogia explora as disputas em torno dos modos de representação do conhecimento ancestral, refletindo, nas obras, o embate entre cinema e descolonização cultural, do ponto de vista das relações entre corpo e performance, na articulação de saberes.
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