Abstract
O artigo analisa a presença e atuação dos imigrantes portugueses estabelecidos na cidade do Rio de Janeiro no século XIX, período de transição da escravidão para o trabalho livre, do desenvolvimento incipiente da indústria e do mercado financeiro. Uma fração dos imigrados acumulou fortuna em atividades beneficiadas pela acelerada expansão da economia urbana (comércio, finança, indústria, mercado imobiliário), participou de forma significativa do desenvolvimento econômico do Rio de Janeiro e constituiu uma elite no interior da colônia. A ascensão econômica dos imigrantes de “grossa fortuna” foi acompanhada pela busca do prestígio social e de símbolos de distinção social (comendas e títulos de nobreza) por meio de doações e o patrocínio de instituições culturais e filantrópicas que constituem, até hoje, a base da presença portuguesa na cidade. Essas questões foram problematizadas pela elaboração de microbiografias de três gerações de empresários da elite da colônia portuguesa.
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