Abstract

O artigo propõe uma análise crítica sobre o significado da recomendação do uso da vara na educação das crianças, em cinco ditos do livro bíblico de Provérbios (Pr 13,24; 22,15; 23;13.14; 29,15). O objetivo é analisar, com auxílio da exegese, os provérbios em seu contexto literário, histórico e cultural; e interpretá-los hermeneuticamente para a realidade atual, com a proibição de bater em crianças. Com os pressupostos do método da exegese histórico-crítica, faz-se a análise do primeiro dito, que afirma textualmente: “Quem poupa a vara odeia seu filho, mas quem o ama aplica a disciplina” (Pr 13,24). Segundo esse modelo de análise, são comentados os outros quatro provérbios. A recomendação do uso da vara, na Bíblia, visa a disciplina, para formar pessoas justas, conforme o projeto sapiencial, ilustrado no contexto literário de Pr 13, que fazia parte da metodologia comum ao Antigo Oriente Médio, como ilustram diversas citações paralelas. Entretanto, esse método disciplinar passou por aplicações mais rigoristas ao longo da história, para ser radicalmente revisto na moderna pedagogia. Conclui-se que a interpretação dessa prática antiga, para o mundo atual, exige hermenêutica apropriada, com a devida aplicação, conforme outras instruções recomendadas pela Bíblia, tais como apedrejar criminosos, não tocar cadáver e praticar a poligamia.

Highlights

  • The article proposes a critical analysis on the meaning of the recommendation

  • him seeks him with discipline

  • It is concluded that the interpretation of this ancient practice

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Summary

Composição literária

O dito contém as características típicas de um provérbio popular: através da metáfora da vara[10]; transmite a sabedoria condensada da educação dos filhos, de forma lapidar e concisa, com um paralelismo literário expresso em duas sentenças. A forma poética do provérbio, naturalmente, só pode ser sentida na sua formulação original, como nos ditados de qualquer língua. 5 “Quem poupa”, em hebraico ḥośek, da raiz ḥśk, com significado: reter, negar, poupar; cessar. “Uma vara não é uma chibata flexível, mas um bastão rígido que pode até ser usado como arma (2 Sm 23,21)” Para os significados da vara na Bíblia, com os respectivos exemplos, confira Waltke 666) interpreta como verbo da mesma raiz šḥr, mas com sentido de madrugar; procurar com prontidão, com solicitude. 9 “Disciplina”, em hebraico mûsar, significa: castigo, correção; disciplina, educação; advertência, admoestação, exortação. Mûsar provém da raiz ysr, com o significado básico de “castigar”, daí o sentido fundamental do substantivo como “castigo” ou “correção”. Com o paralelismo da poesia hebraica, a rimar o pensamento, ambas as sentenças querem afirmar a mesma realidade, expressa de maneira antitética, opondo uma afirmação à outra, para reforçar o mesmo pensamento.[11]

Provérbio simbólico de constatação
Paradoxo entre amar e odiar
Projeto pedagógico do provérbio no contexto de Provérbios 13
Paralelos do Antigo Oriente Médio
Aplicações no Novo Testamento
Nos comentários patrísticos
Na atualidade
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