Abstract

In this article, we analyze narratives of memory about homemade pastries ( quitandas ) and the women who make them ( quitandeiras ) in the state of Minas Gerais, in three historical moments: as practices of African origin, which during the eighteenth and nineteenth century was reproduced in the colonies by black slave women selling food on the streets, carrying their trays; as practices of Portuguese origin, held within farms domestic black slaves under the supervision of white mistresses of Portuguese origin and, finally, as current policy of cultural heritage. We try to identify, based on secondary material and interviews, which social memory we have today on this feminine craft that pervaded different social and ethnic groups, and how local authorities started to intervene in its construction. Keywords: quitandeiras , social memory, cultural heritage.

Highlights

  • Nos séculos XVIII e XIX, o termo quitandeira era utilizado para denominar as escravas negras que vendiam alimentos nas ruas levando tabuleiros, daí sua denominação de “negras de tabuleiro” ou “negras de ganho”

  • O termo quitanda seria um derivativo de kitanda, que, na língua quimbundo, falada no noroeste de Angola, significa tabuleiro, onde se expõem gêneros alimentícios nas feiras, e também designa as próprias feiras e mercados livres, muito difundidos em toda África (Gomes e Soares, 2002)

  • Observamos que, nas memórias das quitandeiras brancas, os cadernos de receita ocupam um lugar importante enquanto suportes de uma ordem prática vinculadas ao âmbito restrito do familiar

Read more

Summary

As quitandeiras no Brasil e o mundo africano

No Brasil do século XVIII, o termo quitanda ou quitandeira era utilizado para denominar as escravas negras que vendiam comida nas ruas, sendo conhecidas também como “negras de tabuleiro” ou “negras de ganho”. Quando vieram ao Brasil na situação de escravas, as etnias se misturaram e foram impostas outras formas de organização, mas continuaram a ter um papel importante nos abastecimentos de gêneros alimentícios nas grandes cidades, como Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, São Luís do Maranhão e Santa Catarina. Foram criados espaços públicos específicos destinados às quitandeiras, como em Salvador, onde foi destinado o espaço denominado Grande Quitanda; no Rio de Janeiro, fixou-se a atividade em um prédio em frente ao Senado; em Santa Catarina, foi construído o primeiro Mercado Público, e o mesmo aconteceu em São Luís do Maranhão (Popingis, 2012). Embora as quitandeiras negras tenham desempenhado um papel fundamental no abastecimento de gêneros alimentícios no Brasil Colônia, estiveram sempre associadas ao estorvo, à baderna e à sublevação em um contexto acirrado de dispositivos disciplinares e também de redes de resistência e negociação

As quitandeiras brancas
As quitandeiras e a identidade regional

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call

Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.