Abstract

O livro de Georges Bataille, História do olho, transgride, por meio de seu conteúdo, a calmaria, o tédio e o automatismo do cotidiano, com sua falta de ousadia e prazer. Além disso, a própria estrutura do romance é extremamente poética, o que o coloca no limite entre os dois gêneros, como escreveu Roland Barthes, transgredindo, por sua vez, a forma com que os romances são habitualmente escritos. Outras transgressões se solidificam por conta do comportamento do narrador e da adolescente Simone, que rompem com as barreiras impostas por autoridades ou pudores sociais. A relação entre ovo e olho é significativa no decorrer do livro e os dois passam a se misturar, numa afinidade simbiótica. A similaridade sonora que possuem se transforma em uma similaridade semântica. Com isso, os usos e as funções entre os dois objetos também se alternam: uma parte do corpo humano pode ocupar o lugar de um alimento e vice-versa. Os limites entre ver e comer também são forçados. O presente artigo analisará as relações estabelecidas entre o alimento, representado no livro pelo ovo, os prazeres do corpo e a linguagem poética e transgressora do livro.

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