Abstract

Todos os anos, centenas de pessoas se reúnem no Povoado São Pedro, município de Jaramataia, em louvor a São Pedro, devido à sua hierofania. A festa religiosa, além de produzir uma espacialidade ímpar, supera essa perspectiva por integrar significado e significante na geração da territorialidade pesqueira entre o sagrado e o profano. Entre os dias 27 e 29 de junho, bandeirolas enfeitam ruas e barcos, que, como cosmolocalidades ou cosmo-objetos, compõem, enriquecem, diversificam e animam a temporalidade da festa. Durante esses dias, visitantes, moradores que fizeram a diáspora, se encontram ou se reencontram com os colonos e interagem com o território, bebendo da mística de se ser, se saber e se fazer pescadores, entrelaçados na dialética entre o sagrado e o profano. Não existe um dia sequer sem fé para quem rema e lança redes, e pudemos registrar essas nuances por meio de metodologias participativas e qualitativas, com destaque para a geoetnografia. Vimos também que materialidades são reinventadas em cosmogonias próprias, que subsidiam a territorialidade ribeirinha. Assim, no cotidiano de cada pescador se revela a tríade fé, terra e água, cujo ápice é alcançado na festa que louva, clama e venera São Pedro, o dono das portas do céu, mandante de chuva e líder dos pescadores.

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