Abstract
Ações afirmativas que visam promover o acesso de grupos considerados minoritários nas universidades são importantes para o combate de desigualdades estruturais e promoção de justiça social. Entretanto, apesar de sua importância, as ações afirmativas são frequentemente questionadas por determinados grupos sociais, principalmente grupos socialmente privilegiados, que defendem que tais políticas não são meritocráticas, constituindo estereótipos direcionados a alunos cotistas e não cotistas. Assim, este artigo analisa os possíveis estereótipos direcionados a estudantes cotistas do curso de administração de uma universidade federal brasileira. Para tanto se realizou uma pesquisa qualitativa com a realização de 38 entrevistas semiestruturadas com alunos cotistas e não cotistas do curso de administração e análise documental. Observa-se no discurso dos alunos a construção do mito da inferioridade intelectual e acadêmica de alunos cotistas, constituindo estereótipos sociais que fundamentam a construção de uma identidade essencial sobre quem são os cotistas. Entretanto, existem espaços para resistência e a análise documental do desempenho dos alunos, bem como os discursos dos mesmos, desconstroem o mito da inferioridade cotista e os estereótipos atribuídos a eles. Portanto, para se evitar a construção de estereótipos defende-se que ações afirmativas devam ser concebidas dentro de uma lógica identitária não essencial.
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