Abstract

This article presents the results of a qualitative study of women who had filed complaints of domestic violence, situating gender relations in a broader context. The authors focus on the meaning ascribed to sexual coercion in violent relations, suggesting that conjugal sexual violence is related to the perverse effects of changes in the sexual division of labor and the aggravated double demands on women from housework and the workplace, in relation to the dismantling of the male's role as provider in situations of poverty. In this context, women's refusal to engage in sex (a form of resistance which expresses their desire to be sexual protagonists and communicates disappointment with their partners) can be seen as contributing to the exacerbation of conjugal violence. In their partial position of "subjects of resistance", these women reveal a situation of oppression which is rarely referred to as violence: feelings of disgust and repulsion following sexual relations conceded as "conjugal rights" are similar to those manifested by victims of rape by strangers (which, in contrast, is generally recognized as "sexual violence").

Highlights

  • Este artigo apresenta resultados parciais de um estudo qualitativo, com enfoque relacional-estrutural de gênero, sobre percepções e vivências femininas relacionadas à violência sexual, tanto no âmbito público como privado 1

  • Tanto no estudo pioneiro de Heise et al 5, que reuniu dados de 35 estudos em 24 países, como no World Report on Violence and Health 15, está comprovada estatisticamente a alta incidência de violência de homens contra mulheres, sendo a forma mais endêmica a violência sexual e física de companheiros íntimos contra suas mulheres, o que conforma um importante problema de saúde pública

  • A partir de uma abordagem relacional-estrutural de gênero e sexualidade, este artigo apresenta resultados parciais de um estudo qualitativo com mulheres que denunciaram violência conjugal

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Summary

Estudos empíricos

Tanto no estudo pioneiro de Heise et al 5, que reuniu dados de 35 estudos em 24 países, como no World Report on Violence and Health 15, está comprovada estatisticamente a alta incidência de violência de homens contra mulheres, sendo a forma mais endêmica a violência sexual e física de companheiros íntimos contra suas mulheres, o que conforma um importante problema de saúde pública. Indubitavelmente, a maioria esmagadora dos dados aponta para a maior ocorrência e/ou visibilidade das violências físicas, tipificadas criminalmente por lesões corporais, seguidas pelas violências psicológicas, principalmente ameaça, difamação e injúria. Principalmente a partir da segunda metade dos anos 90, existe consenso quanto à carência de dados apropriados sobre a violências sexual contra mulheres no Brasil, e sobre a necessidade de serem realizadas investigações quantitativas e qualitativas que colaborem para a compreensão do problema 9,20,21. Entre os principais resultados de um estudo nacional pioneiro de sobre a violência doméstica e sexual 22, baseado em 3.193 entrevistas com usuárias de 19 serviços de saúde, encontramos: “40% das mulheres entrevistadas declararam violência física – exclusiva ou conjugada com a forma sexual – cometida pelo parceiro atual ou anterior; 5% relataram casos exclusivos de violência sexual. Sendo a violência sexual associada à violência física dos parceiros nos casos de violência conjugal, qual o lugar ocupado pela sexualidade nestas relações? Existiria a queixa de “estupro marital” entre mulheres que viveram a situação de violência conjugal? Quais elementos ou conteúdos poderiam ser relevantes para que elas identifiquem, nomeiem ou dêem visibilidade às agressões sexuais que vivem dentro do casamento? Quais seriam os efeitos ou conseqüências deste tipo violência, especialmente em termos da saúde e da sexualidade femininas? Estas são algumas questões que orientaram o estudo e que ora trataremos de apresentar

Material e métodos
Alguns resultados
Qualificando as agressões e violências
Discussão e conclusões
Considerações finais
Full Text
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